Açoriano Oriental
Júri de inquérito não consegue decidir se polícia actuou em legítima defesa
 O júri do inquérito judicial para determinar as causas da morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto em 2005 em Londres, pronunciou hoje um veredicto “aberto”, por não ter conseguido decidir se a polícia actuou em «legítima defesa».

Júri de inquérito  não consegue decidir se polícia actuou em legítima defesa

Autor: Lusa/AO Online
    Antes de se retirar para deliberar, o júri foi informado de que não podia pronunciar um veredicto de “assassínio” e que apenas poderia escolher entre “homicídio em legítima defesa” ou veredicto “aberto”.

    A família da vítima denunciou, após conhecer o veredicto, um caso «completamente abafado».

    No entanto, os dez jurados contestaram uma parte dos testemunhos dos agentes da Scotland Yard e rejeitaram as afirmações de um agente que afirmou ter gritado «polícia armada» antes de disparar sobre o brasileiro.

    Depois de sete semanas de audiências de inquérito, o coronel que preside ao júri, Michael Wright, tinha explicado no início de Dezembro que um veredicto de “assassínio” não teria justificação.

    Jean Charles de Menezes, um electricista de 27 anos, foi morto com sete balas na cabeça numa estação de metropolitano no sul de Londres a 22 de Julho de 2005 por polícias que o tomaram por um terrorista suicida.

    O incidente ocorreu um dia depois de terroristas suicidas falharem a reprodução de uma série de atentados suicidas nos transportes públicos da capital que tinha provocado 56 mortos e mais de 700 feridos a 07 de Julho de 2005.

    A família de Jean Charles de Menezes considerou que Michael Wright tinha «fracassado em todos os aspectos».

    «Após três meses de exposição de provas, cem testemunhas e milhões de libras, o coronel abafou completamente o caso», escreveu a família em comunicado.

    O inquérito judicial britânico não é um processo, mas um simples procedimento para determinar as circunstâncias da morte, sem que existam acusados ou condenação.

    Anteriormente, o Ministério Público tinha afastado a possibilidade de processar os agentes que dispararam sobre o brasileiro, argumentando existirem «provas insuficientes», enquanto que a Comissão de inquérito independente da polícia britânica (IPCC) decidiu não aplicar medidas disciplinares. 

   
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