Autor: Lusa/AO Online
De acordo com Luís Armas, dirigente do SINTAP - Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos, era “expectável hoje (sexta-feira) uma maior adesão” por parte dos trabalhadores à paralisação, que começou na quinta-feira e termina às 24h00.
O sindicalista adiantou que pretende dar continuidade às negociações com base nas contrapropostas avançadas para as IPSS e Misericórdias para vigorarem no segundo semestre de 2021 e em 2022.
A greve dos trabalhadores das IPSS levou à paralisação de creches, jardins de infância da região, lares de idosos, centros de dia e centros de atividades ocupacionais, sendo que “algumas salas de jardins de infância estão a funcionar, mas as cozinhas estão fechadas”.
Os trabalhadores das IPSS e Misericórdias dos Açores já tinham cumprido nos dias 28 e 29 de outubro um primeiro período de paralisação, em protesto pelos aumentos propostos pela URMA (União Regional das Misericórdias dos Açores) e pela URIPSSA (União Regional das Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores), que não vão além de 1%.
Luís Armas disse que, após várias reuniões com a URMA e com a URIPSSA, "o impasse nas negociações continua".
"Temos uma contraproposta que propõe aumentos de 3% com retroativos a julho de 2021. Estamos a aguardar resposta. Tudo faremos pela via do diálogo e da concertação social para se chegar a um acordo que seja justo para os trabalhadores", disse o sindicalista.
Luís Armas sustentou que "as IPSS e Misericórdias receberam do Governo Regional, entidade financiadora, um reforço de quatro milhões de euros para 2021 e 2022, o que corresponde a um aumento de 16,5%, contemplando também uma majoração de 91 euros para quem aufere o ordenado mínimo regional".
De acordo com os dados divulgados pelo SINTAP/Açores, os primeiros três escalões de rendimentos dos trabalhadores afetos às IPSS e Misericórdias da região auferem todos o salário mínimo, uma vez que os seus vencimentos base não foram atualizados durante vários anos, e acabaram por ser “absorvidos” pelo ordenado mínimo regional.