Açoriano Oriental
Governo dos Açores diz que cais do porto de Ponta Delgada está operacional desde julho

O Governo dos Açores revelou que o cais -10 do porto de Ponta Delgada está pronto e “em pleno funcionamento” desde julho, considerando “manifestamente precipitadas” as declarações do líder do PS regional sobre um atraso na obra.

Governo dos Açores diz que cais do porto de Ponta Delgada está operacional desde julho

Autor: Lusa/AO Online

Numa nota à imprensa divulgada no portal oficial do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM, a Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas indica que “o deputado Vasco Cordeiro [líder do PS/Açores e ex-presidente do Governo Regional] dever-se-ia ter informado melhor sobre a obra realizada no porto de Ponta Delgada, de modo a perceber que, desde 29 de julho de 2022, o cais -10 está operacional a 100%, após as obras de ampliação”.

“Desde aquela data que se garante a operação de três navios em simultâneo e que o cais -10 está em pleno funcionamento – atracação, terrapleno e estiva. Este era o objetivo de antecipação da obra para setembro, que foi plenamente cumprido a 29 de julho”, assinala a Secretaria Regional.

Para a Secretaria Regional, “as declarações do deputado Vasco Cordeiro são manifestamente precipitadas”.

O líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, criticou o Governo Regional devido aos atrasos nas obras no porto comercial das Lajes das Flores, destruído pelo Furacão Lorenzo, em 2019, e no porto de Ponta Delgada, em São Miguel.

Em declarações à imprensa no porto de Ponta Delgada, o presidente dos socialistas açorianos referiu que “o governo anunciou este ano que a obra ficaria pronta em setembro” e “afinal não é assim”, existindo “ainda muitos trabalhos a desenvolver, nomeadamente no que tem a ver com as redes técnicas que são essenciais para a operação”.

A Secretaria Regional refere que “as redes técnicas a que o deputado alude representam apenas a substituição do posto de transformação, que em nada interfere com a operação que tem vindo a ser feita desde 29 de julho”.

Quanto ao porto das Lajes das Flores, o Governo Regional diz ter como prioridade “a retoma da operacionalidade para o abastecimento à ilha, plasmada na construção da ponte-cais para reativação da operação normal dos navios de abastecimento de cabotagem insular”.

“Está previsto que esta ponte-cais esteja em pleno funcionamento no próximo dia 14 de outubro de 2022, o que significa que a população das Flores ficará plenamente abastecida nas condições anteriores à catástrofe a partir daquela data”, destaca.

O executivo açoriano refere ainda que, “antes de falar em atrasos de dois anos no Porto das Lajes das Flores, Vasco Cordeiro deveria ter em conta que a obra foi consignada pelo anterior governo três anos depois da Resolução do Conselho do Governo que a autorizava”.

“Esta obra apenas foi consignada em 2020 quando aquela Resolução do Conselho do Governo data de 2017”, critica.

Sobre as verbas relacionadas com o Furacão Lorenzo, a Secretaria Regional destaca que “ninguém melhor do que o deputado Vasco Cordeiro pode exortar o primeiro-ministro a cumprir a palavra dada de financiar 85% do total dos encargos com a recuperação integral dos estragos causados pelo furacão”.

Vasco Cordeiro acusou o Governo dos Açores de ter cometido um “erro” que custou 70 milhões de euros à região.

“Por um erro do Governo Regional a região perde das verbas que haviam sido disponibilizadas pelo Governo da República [devido ao furacão Lorenzo] cerca de 70 milhões de euros. Isso deve-se a um erro do Governo Regional e sobre esta matéria nunca se mais ouviu falar de nada”, condenou.

Em setembro de 2021, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, revelou que escreveu ao primeiro-ministro para que o Governo da República reconheça em 313,3 milhões de euros a totalidade dos prejuízos do furacão Lorenzo, aumentando a sua comparticipação.

Em causa estava um despacho do gabinete do primeiro-ministro, publicado em 08 de setembro, que estipula o pagamento de 85% dos apoios “necessários à cobertura de danos e prejuízos” causados pelo furacão, “até ao limite máximo de 198 milhões de euros”, quando antes se tinha comprometido a suportar 85% dos danos.

O furacão Lorenzo provocou rajadas de vento que ascenderam aos 163 quilómetros/hora, de acordo com os registos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

Na madrugada de 02 de outubro de 2019, a Proteção Civil dos Açores registou 255 ocorrências, sobretudo nas ilhas dos grupos central e ocidental. Tiveram de ser realojadas 53 pessoas, 44 das quais na ilha do Faial.


PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados