Autor: Lusa/AO Online
José Manuel Bolieiro falava aos jornalistas nas Velas, ilha de São Jorge, precisamente dois meses após o início da crise sismovulcância que, de acordo com o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), já ultrapassou os 33.300 abalos desde 19 de março, dos quais 280 foram sentidos pela população.
“Tal como o CIVISA tem deixado expresso, há um decréscimo consistente de sismos, registados e sentidos. No entanto, apesar deste registo, com a rotação de meios e recursos humanos e capacidade instalada, vamos sempre estar preparados para o pior”, afirmou o chefe do executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM, no ‘briefinf’ semanal da Proteção Civil.
Questionado sobre os apoios do Governo ao setor empresarial e turístico de São Jorge, José Manuel Bolieiro revelou que vai encontrar-se hoje com os representantes dos empresários.
“Tal como assegurei desde a primeira hora, estamos solidários com a economia de São Jorge. Já temos muita coisa de apoios. E vamos estar, como sempre, disponíveis para reforço em caso de necessidade”, vincou.
O presidente do Governo destacou a “abertura ao diálogo” e a disponibilidade para acompanhar a evolução da situação, relativamente a perdas de rendimentos nos negócios devido à crise sismovulcânica.
Rui Marques, presidente do CIVISA, explicou que aquela entidade “pretende manter toda a capacidade de monitorização instalada na ilha de São Jorge até que haja alterações” à atual situação.
“Algumas das estações projetadas e colocadas na ilha de São Jorge vão ficar aqui de forma permanente”, disse.
O responsável indicou que a sismicidade na ilha de São Jorge “tem vindo a ter oscilações”.
“Desde o dia 10 e até ao dia 14, houve uma frequência diária entre 100 e 160 abalos. A partir do dia 16, tivemos decréscimo significativo”, referiu.
Quanto ao sismo de magnitude 4,0 na escala de Richter sentido hoje em São Miguel e aos sismos registados na ilha Terceira, Rui Marques disse serem fruto da “sismicidade que faz parte do enquadramento geodinâmico dos Açores”.
“É a sismicidade típica da região, que resulta da junção entre três placas tectónicas”, justificou.
A ilha de São Jorge registou desde as 19:00 de terça-feira e as 11:00 de quarta-feira, seis sismos sentidos pela população, segundo dados do CIVISA.
Desde o início da crise
sismovulcânica em São Jorge, em 19 de março, o sismo de maior magnitude
(3,8 na escala de Richter) ocorreu no dia 29 de março, às 21h56.