Autor: Lusa/AO online
Depois de ter estado suspenso durante nove anos, o FIA regressa em 2021 com uma programação dedicada ao Brasil e à relação dos músicos brasileiros com o Faial, prestando tributo a Heitor Villa-Lobos.
O evento acontece maioritariamente na cidade da Horta, entre o Teatro Faialense e a Casa Memória Manuel de Arriaga, mas tem “um pequeno apontamento no Pico”, adianta à Lusa o pianista Tiago Nunes, diretor do festival.
“Não serão concertos só com música do Heitor Villa-Lobos, mas toda a programação andará à volta de Villa-lobos, dos contemporâneos, obras que têm ligação ao compositor”, explica o organizador.
O pianista, que forma com António Silva o H4NDS Duo, irá interpretar a quatro mãos obras de Schubert, Grieg e Dvorak, no segundo dia de um festival que abre com um tributo a Villa-Lobos, pelas mãos do pianista Nelson Freire e na voz da soprano Regina Freire, em colaboração com o Conservatório Faialense.
Pelo cartaz passam nomes como a virtuosa Kristina Miller, que encerra o festival, Constantin Sandu, Luísa Tender, João Elias Soares, Leonardo Hilsdorf e Adriano Jordão, que assume especificamente a direção artística do festival.
Num evento que dá primazia ao piano, destacam-se também as cordas do guitarrista Tifus Isfan e do violoncelista Pavel Gomziakov.
O diretor do FIA sublinha a “componente pedagógica e formativa” deste evento, que irá promover “várias 'masterclasses' para os alunos do conservatório do Faial” e também um “concerto comentado para famílias e crianças pela grande pianista Luísa Tenders”, que “fará a sensibilização para todas as pessoas locais que se queiram juntar”.
A ilha do Faial foi uma escolha natural, porque Heitor Villa-Lobos é descendente de faialenses, frisou o organizador, lembrando que, para além das 'masterclasses' e do concerto de abertura, em que participam docentes do Conservatório Regional do Faial, essa estrutura é também homenageada com um concerto do pianista Leonardo Hilsdorf, que presta tributo à sua fundadora, Elisabete Stewart.
Tiago Nunes afirma que há com o Faial e com as suas entidades culturais “uma grande simbiose, que está a correr muito bem” e adianta que “esta programação está aliada a vários eventos turísticos que estão juntos com a ilha”.
Um desses momentos será um passeio de barco, com observação de baleias, até ao Pico, onde haverá uma prova de vinhos, que terá um momento musical.
Há também passeios pela ilha do Faial, com observação da flora local, uma exposição e uma conferência sobre os “Caminhos cruzados entre o Brasil e os Açores”, a cargo de Jorge Forjaz.
O Festival Internacional dos Açores foi criado em 1984 por Jorge Forjaz e Adriano Jordão, que se juntam novamente à organização.
A última edição, a 15.ª, tinha-se realizado em 2012. Regressa em 2021, com um ano de atraso em relação ao inicialmente previsto, devido à pandemia de covid-19.