Açoriano Oriental
Dermatologista alerta para cuidados redobrados com a pele no verão

Diogo Cerejeira, médico do Hospital CUF Açores, realça importância de reforçar proteção da pele no verão. Uso diário de protetor solar e outros cuidados podem fazer a diferença na prevenção de doenças como o cancro de pele.


Dermatologista alerta para cuidados redobrados com a pele no verão

Autor: Carlota Pimentel

“Proteger a pele é proteger a nossa saúde”. A afirmação é de Diogo Cerejeira, dermatologista no Hospital CUF Açores, que alerta que com a chegada do verão, os cuidados com a pele devem ser redobrados.

“Durante o verão, a radiação ultravioleta (UV) é mais intensa, tornando essencial a utilização diária de protetor solar FPS 50+, idealmente de amplo espetro, que ofereça proteção para a radiação UVA e luz visível”, afirma o médico em entrevista ao Açoriano Oriental.

Além do protetor solar, Diogo Cerejeira recomenda o uso de roupa apropriada, chapéus e óculos escuros, bem como evitar a exposição direta ao sol entre as 11h00 e as 16h00. “Após a exposição, a hidratação da pele e o reforço da ingestão de água ganham importância, sobretudo nos dias de maior calor”, acrescenta.

Segundo o dermatologista, devemos ter em atenção “sinais ou manchas que voltam a surgir – ou que não desaparecem –, assim como comichão intensa e incomodativa devem motivar uma observação clínica, particularmente se estes sintomas não se resolverem espontaneamente num curto intervalo de tempo”.

“É, ainda, importante estar alerta para a alteração da aparência, forma, tamanho ou cor de quaisquer sinais, especialmente se estes forem assimétricos, de bordos irregulares ou apresentarem uma configuração distinta do restante padrão”, prosseguiu, apontando que “feridas que não cicatrizam e que aumentem de tamanho também devem ser observadas com atenção”.

O especialista reforça que a proteção da pele deve ser feita todos os dias do ano, mesmo em dias nublados, uma vez que “cerca de 80% da radiação UV atravessa as nuvens”.

“O uso diário do protetor solar é essencial para prevenir o envelhecimento precoce, o aparecimento de manchas e de queimaduras solares, contribuindo significativamente para reduzir o risco de cancro de pele”, salienta.

Diogo Cerejeira indica que o protetor solar deve ser aplicado pelo menos 30 minutos antes da exposição solar e a sua aplicação deve ser reforçada a cada duas horas. “Sempre que houver contacto com a água ou outros fatores que possam acelerar a remoção do produto da pele, o intervalo entre aplicações deve ser encurtado para garantir uma proteção eficaz”, elucida.

Questionado sobre possíveis efeitos adversos do uso diário de protetor solar, o dermatologista assegura que o benefício “é amplamente superior aos eventuais riscos que possam advir da sua utilização”, salvaguardando, no entanto, que “pessoas com pele mais sensível podem, por vezes, experienciar irritação cutânea com a utilização de alguns princípios ativos, mas existem fórmulas específicas para essas situações”.

Relativamente às opções disponíveis no mercado, Diogo Cerejeira elucida que “os protetores solares químicos absorvem os raios UV e convertem-nos em calor, enquanto os minerais (físicos), como óxido de zinco e dióxido de titânio, refletem a radiação ultravioleta”. Assim, “pessoas com pele sensível, intolerante ou crianças abaixo dos 6 anos de idade devem, idealmente, optar por protetores solares minerais, uma vez que estes provocam menos irritação e menos reações alérgicas”.

O especialista sublinha que a pele das crianças e dos idosos requer cuidados específicos, sobretudo nos meses de verão.

“A pele das crianças é mais fina e sensível, pelo que se deve optar, sempre que possível, pela utilização de produtos com fórmulas simplificadas e dar preferência à utilização de protetores solares minerais. Evitar a exposição solar direta em bebés com menos de 6 meses de idade é fundamental”, sustenta.

Nos idosos, destaca, “a pele é mais frágil e seca, sendo necessário repor frequentemente a hidratação, de forma a manter a integridade da barreira cutânea durante os meses de verão”.

Aos trabalhadores que passam grande parte do tempo ao ar livre, como pescadores ou agricultores, o dermatologista recomenda “redobrar os cuidados de fotoproteção”, de forma “a prevenir futuras complicações”. Entre as medidas recomendadas, estão “a utilização de protetor solar diariamente, com reaplicações ao longo do dia, o uso de chapéus de aba larga, camisas de manga comprida, calças e óculos escuros”, refere. Para além disso, “procurar sombra nos intervalos de descanso e hidratar-se regularmente são cuidados complementares importantes”.

Caso surjam manchas ou lesões na pele após o verão, o médico diz ser “fundamental ser observado por um dermatologista para se efetuar um diagnóstico apropriado e eleger a melhor opção terapêutica para cada caso”. Realça a importância do diagnóstico precoce. “Quando diagnosticados atempadamente, os cancros de pele são, habitualmente, de simples resolução e têm, em geral, um bom prognóstico associado”, conclui.

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