Autor: Lusa/AO Online
As vozes dissonantes vieram do Irão, que considera que foram “as ações provocatórias da NATO, apoiadas pelos Estados Unidos, que complicaram a situação na região", e da Síria, que disse ter a intenção de fortalecer os laços com as autoproclamadas repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que o reconhecimento pela Rússia da independência destas duas autoproclamadas repúblicas separatistas “é uma violação deliberada do direito internacional e dos acordos de Minsk, que aumenta drasticamente as tensões na Europa", numa mensagem no Twitter.
O político norueguês expressou-se assim depois de se reunir em Bruxelas com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Zbigniew Rau, que exerce a presidência rotativa da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
A Polónia e outros países vizinhos da Ucrânia, além de condenarem o ato de Moscovo, pedem sanções severas.
O ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak, defende "sanções sérias, não simbólicas" contra Moscovo, porque só assim será evitado o "regresso do império soviético".
"A reação a tudo o que aconteceu em 2014, isto é, à agressão da Rússia contra a Ucrânia, foi demasiado fraca e hoje sofremos as consequências", disse em declarações à imprensa em Varsóvia
No mesmo sentido pronunciou-se a Lituânia, através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Gabrielius Landsbergis, que foi uma das vozes mais críticas das manobras russas, pedindo unidade da ação europeia.
"A Rússia considera que não estamos unidos, que não lhes aplicaremos sanções. Vamos mostrar-lhe que estamos e que podemos afetá-la pelo que está a fazer", disse Landsbergis, cujo país está na linha da frente das tensões russas como um dos antigos membros da URSS.
A Eslováquia considera "inaceitável" o reconhecimento por Moscovo da independência das províncias separatistas ucranianas, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros eslovaco, Ivan Korcok, em comunicado.
Outra antiga república comunista, a Eslováquia aderiu à NATO em 2004 e aprovou em 9 de fevereiro um acordo de cooperação que permite aos Estados Unidos aumentar a sua presença militar no país.
O primeiro-ministro da Eslovénia, Janez Jansa, condenou o "ato ilegal" de Putin e propôs que a União Europeia convide a Ucrânia a aderir ao bloco comunitário como membro efetivo.
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, condenou a "inaceitável violação da soberania democrática e da integridade territorial da Ucrânia" pela Rússia, posição idêntica à da Holanda, com o primeiro-ministro, Mark Rutte, a afirmar que é um passo “muito grave” e que “não pode ficar sem resposta”.
A Áustria quer que as novas sanções que a UE imponha à Rússia sejam anunciadas e aplicadas de forma "seletiva" e "escalonada", considerando que as provocações do Kremlin na Ucrânia "ainda não atingiram o seu auge", como advertiu o chanceler federal austríaco, Karl Nehammer.
O Presidente romeno, Klaus Iohannis, pediu "uma resposta internacional severa" a “uma violação flagrante da legalidade internacional”, expressão também usada pelo primeiro-ministro da Croácia, Andrej Plenkovic, num comunicado em que escreve que "junto com os parceiros da UE expressa solidariedade” ao Governo e ao povo ucraniano.
O primeiro-ministro da Hungria, o ultranacionalista Viktor Orbán, um dos melhores aliados da Rússia na UE, assegurou que o seu país partilha da posição conjunta do bloco em relação à Ucrânia, embora o seu Governo não tenha condenado de momento a decisão russa de reconhecer a independência de Donetsk e Lugansk.
"Esta noite falei com o presidente do Conselho Europeu (Charles Michel). Deixei claro que a Hungria faz parte da posição comunitária comum. As negociações prosseguem", disse Orbán numa breve mensagem publicada no Facebook.
Também a Turquia condenou o "inaceitável" ato de Moscovo de reconhecer as repúblicas separatistas pró-russas de Donetsk e Lugansk, como afirmou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
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