Açoriano Oriental
CGTP/Açores quer aumento ao acréscimo ao salário mínimo nacional de 10% em 2023

A CGTP/Açores apresentou um caderno reivindicativo onde defende um aumento ao acréscimo regional ao salário mínimo nacional de 5 para 7,5% e para 10% em 2023, visando combater a “brutal perda” do poder de compra.

CGTP/Açores quer aumento ao acréscimo ao salário mínimo nacional de 10% em 2023

Autor: Lusa/AO Online

Vitor Silva, dirigente da estrutura sindical, declarou que um acréscimo regional ao salário mínimo nacional de 5 para 7,5% representa 19 euros, o que, “podendo parecer pouco, para quem ganha pouco significa muito, garantindo-se pão e leite na mesa aos filhos e impedindo que muitas crianças dos Açores vão para a escola sem tomar o pequeno almoço”.

A medida “é para ir mais longe do que isso”, sendo que “já no próximo ano, a ideia é avançar com uma proposta de 10% de aumento, o que significa 38 euros, que corresponde a 5%, mais 38 euros para atingir os 10%, o que dá 76 euros”, de acordo com o sindicalista, que falava em conferência de imprensa, em Ponta Delgada.

Vitor Silva ressalvou que se evitaria também, desta forma, a “discriminação de trabalhadores do setor privado e público por via da remuneração complementar, ficando os valores muito próximos”.

“Infelizmente, os dados que nós temos neste momento, do ponto de vista da contratação coletiva, provam que se não for por via do acréscimo regional ao salário mínimo nacional não vão existir aumentos salariais”, afirmou Vitor Silva.

João Decq Mota, líder da CGTP/Açores, apontou a reivindicação do aumento da remuneração complementar para 100 euros, o que representa um impacto orçamental de 320 mil euros, bem como a fixação dos preços máximos nos bens e serviços públicos como a água, a eletricidade, os combustíveis e os transportes para “aliviar as empresas e as famílias”.

O caderno reivindicativo contempla ainda a passagem, a efetivos, dos trabalhadores que “ocupam postos de trabalho de natureza permanente, com contrato a termo ou recibo verde”.

A CGTP/Açores propõe a alteração dos programas ocupacionais para “garantir a contratação com integração nos quadros dos trabalhadores abrangidos que preenchem postos de trabalho de natureza permanente”.

João Decq Mota disse que se pretende ainda “impedir a distribuição de dividendos por parte das empresas públicas regionais”, numa alusão à Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA), bem como criar um programa de desenvolvimento para “revitalização do tecido produtivo regional, tendo como objetivos centrais o reforço das exportações e a substituição das importações por produção regional”.

O sindicalista defendeu uma política de incentivos “assertiva e eficaz para apoiar as micro, pequenas e médias empresas”.

O dirigente considerou que o pacote reivindicativo "é peculiar e marcado por uma brutal perda do poder de compra de todos os açorianos", calculando a estrutura sindical que os trabalhadores na região beneficiem de menos 65 euros mensais em termos de poder de compra, cerca de menos um salário anual.


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