Autor: Lusa/AO Online
“A outra recomendação que vamos fazer é que o Governo promova ações de captação de fluxos turísticos junto dos operadores e das companhias aérea, de modo a colmatar esta sangria de turistas e a diminuição de turistas para a ilha Terceira e para o grupo central de um modo geral”, adiantou o líder regional do CDS, Artur Lima, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Os centristas vão apresentar um projeto de resolução, com pedido de urgência e dispensa de exame em comissão, no plenário de março, que recomenda ao executivo açoriano que promova a angariação de novos fluxos turísticos para a ilha Terceira, junto de companhias aéreas e operadores turísticos.
Segundo Artur Lima, o Aeroporto das Lajes, na ilha Terceira, foi o “único” nos Açores a registar uma quebra de passageiros desembarcados, no verão de 2018.
Quanto às dormidas na hotelaria tradicional, o Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA) registou um aumento de cerca de 1% entre 2017 e 2018 na ilha Terceira, mas os meses de abril, maio, junho, outubro, novembro e dezembro registaram quebras.
“É fundamental os Açores terem, pelo menos, dois grandes aeroportos de captação de turistas, Ponta Delgada e Terceira, para depois poderem derramar para as outras ilhas, portanto, é fundamental que as Lajes assumam a sua vertente civil e de captação de fluxos turísticos para a Terceira e para o grupo central”, frisou Artur Lima.
O projeto de resolução do CDS lembra que a Terceira deixou de ter uma ligação aérea direta a Berlim, em 2017, e que o voo para Madrid está suspenso desde outubro de 2018, sem que haja indicação de que venha a ser retomado na época alta de 2019.
“Era preciso perceber porque é que deixaram de operar”, salientou o líder centrista, acusando a companhia aérea açoriana SATA de não servir a Terceira, fazendo apenas três ligações por semana para Lisboa.
O CDS-PP propõe, por outro lado, que o Governo Regional divulgue a certificação do Aeroporto das Lajes para a aviação civil junto de entidades oficiais, como entidades aeronáuticas, companhias aéreas e grandes operadores.
“A certificação civil tem de trazer alguns privilégios, senão vai correr um risco de não passar de um embuste. A informação que temos é de que não houve um aumento substancial relativamente a esta certificação civil, que é pouco conhecida, porque nunca foi divulgada pelo Governo às entidades oficiais”, apontou.
Em 23 de julho, foi atribuída a certificação do Aeroporto das Lajes para a utilização permanente pela aviação civil, dois anos depois de os governos regional e nacional terem assinado um protocolo nesse sentido.
O CDS requereu, em agosto, na Assembleia Legislativa dos Açores e na Assembleia da República os documentos que resultaram do processo de certificação, como o manual do aeródromo, o programa de segurança das Aerogare Civil das Lajes, o protocolo assinado entre a Força Aérea Portuguesa e o Governo Regional e o acordo assinado entre a ANAC e a Autoridade Aeronáutica Nacional (AAN), mas até à data ainda não os recebeu.
“Só foram publicados os procedimentos de segurança”, avançou Artur Lima, alegando que também não recebeu respostas sobre a falta de certificação do anemómetro (instrumento de medição do vento) das Lajes.