Açoriano Oriental
Casermel descontente com chumbo do acesso dos apicultores ao gasóleo agrícola

Cooperativa de Apicultores e Sericultores fala em “falta de sensibilidade e de consciência” relativamente à importância do setor na Região


Casermel descontente com chumbo do acesso dos apicultores ao gasóleo agrícola

Autor: Carolina Moreira

A Cooperativa de Apicultores e Sericultores Casermel diz-se “desagradada” com o chumbo no parlamento regional da proposta que garantia o acesso do setor apícola ao gasóleo agrícola e com “a forma como todo o processo foi conduzido”, alegando existirem “antecedentes que demonstram uma falta de sensibilidade e de consciência” da importância do setor na região.

“Recordamos que este setor, exclusivamente de iniciativa privada, tem subsistido ao longo dos  anos  do  esforço,  do  empenho  e  dos  investimentos  dos  apicultores, investimentos esses muito significativos se tivermos em conta que o custo de cada colmeia,  até  que  ela  produza mel  e pólen,  ascende  a um  valor superior a 300 euros”, destaca em comunicado.

A Casermel, que atualmente conta com 80 sócios em São Miguel, considera ainda “demagógico” o subsídio de apoio à produção dos apicultores, criado recentemente, uma vez que “tinha como pressuposto o apoio à produção, produção essa que  na  esmagadora  maioria  dos  casos  os  torna  ilegíveis,  visto  que  não dispõem de uma melaria certificada para extração, embalamento e controlo dessa produção”.

“Se o poder político efetivamente quisesse apoiar o setor apícola,  deveria  ter  criado  um  subsídio  de  apoio  à  atividade  e  não  à produção, por não existirem as condições de aplicabilidade”, constata.

Para a Casermel, tendo em conta que as abelhas têm uma “importância capital” para o ambiente, sendo responsáveis pela polinização das plantas, essencial à agricultura, floricultura, fruticultura e manutenção dos ecossistemas, “seria de esperar que as instâncias políticas regionais, no mínimo, tivessem sensibilidade para a importância da apicultura e sobretudo respeito pelo esforço dos 455 apicultores açorianos que teimam em garantir as condições para a continuidade da espécie nos Açores, que conta atualmente com cerca de 8000 colónias que albergam mais de 160 milhões de abelhas”, ressalva a cooperativa.

De referir que os grupos parlamentares do PSD, CDS-PP e PPM apresentaram um projeto de decreto legislativo regional na Assembleia Legislativa dos Açores para alargar à apicultura o acesso ao gasóleo agrícola, projeto este que, apesar de ter sido discutido, acabou por não ser aprovado.


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