Autor: Lusa/AO Online
"É evidente que, com a lei dos agentes estrangeiros e outras séries de acontecimentos, a Geórgia perdeu o rumo e afastou-se da União Europeia", destacou o diretor-geral da DG Near (Direção-Geral da Política de Vizinhança e Negociações de Alargamento), Gert Jan Koopman, perante a comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu.
A chamada “lei russa” ou “lei dos agentes estrangeiros” pretende, segundo os seus detratores, restringir a liberdade de imprensa e silenciar os opositores.
A 28 de maio de 2024, apesar de semanas de protestos em massa, o partido no poder, o Sonho Georgiano, aprovou a lei que exige que as organizações não-governamentais e os meios de comunicação social que recebam mais de 20% do seu financiamento de fontes estrangeiras se registem como organizações que “perseguem os interesses de uma potência estrangeira”.
O diretor-geral do executivo comunitário especificou, no entanto, que a população da Geórgia “não se distanciou” da UE.
“A questão que estamos a abordar são as políticas do Governo, que vão contra os valores da UE”, frisou, lembrando que na cimeira de líderes dos Vinte e Sete realizada no final de junho, os responsáveis já tinham indicado que o processo de adesão da Geórgia estava “de facto” paralisado.
“É muito claro que um fator crítico terá de ser a retirada da lei aos agentes estrangeiros que vai contra os valores da UE.
Gert Jan Koopman destacou, por outro lado, que a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos no Médio Oriente (UNRWA) “está no bom caminho” para reunir as condições que permitam um novo desembolso da Comissão Europeia, esperando que o próximo pagamento ocorra “em breve”.
No caso dos países dos Balcãs Ocidentais candidatos à adesão à UE, o responsável destacou que se prevê “nos próximos meses” encerrar tantos capítulos de que são compostas as negociações de adesão “como os que terminaram na última década”.