Açoriano Oriental
Ucrânia
Borrell pede aos europeus para que não cedam no apoio e aponta sucesso da contraofensiva

O chefe da diplomacia europeia apelou aos cidadãos europeus para que não cedam no seu apoio à Ucrânia, apontando que o sucesso da contraofensiva ucraniana é a prova de que a estratégia da UE e aliados funciona.

Borrell pede aos europeus para que não cedam no apoio e aponta sucesso da contraofensiva

Autor: Lusa/AO Online

Intervindo num debate no Parlamento Europeu, na localidade francesa de Estrasburgo, num debate sobre os mais recentes desenvolvimentos do conflito em solo ucraniano, o Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, advertiu que o Presidente russo, Vladimir Putin, “espera que no inverno as democracias débeis e frágeis não mantenham o apoio à Ucrânia, devido ao gás, ao frio, aos preços”, e enfatizou a importância de tal não suceder.

“Há que aproveitar esta circunstância em que a Ucrânia lançou uma contraofensiva que está a ter um sucesso maior do que o esperado, incluindo para nós próprios. Isto mostra que a estratégia que temos seguido desde o início é a adequada e que há que continuar a aplicá-la. Não é o momento de esmorecer, pelo contrário, é o momento de redobrar os nossos esforços”, disse.

Borrell insistiu que “há que manter o apoio, pois está provado que é eficaz”.

“Quem pensaria, quando Putin lançou a guerra, que seis meses depois o exército russo estaria na defensiva ou a retroceder? Quem imaginaria? Isso é possível, antes de mais, graças ao valor e compromisso [dos ucranianos] na defesa do seu país, mas também graças ao apoio que temos prestado, porque as guerras ganham-se com armas”, realçou o político espanhol.

“E quero aproveitar este palco que é o Parlamento Europeu para me dirigir aos cidadãos europeus e pedir-lhes que não cedam no seu apoio à Ucrânia. Não é o momento para debilitar este apoio, porque está a funcionar, e porque devemos mantê-lo para chegarmos a uma situação que permita resolver o conflito, que respeite a integridade territorial e a soberania da Ucrânia”, completou.

Na segunda-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu que o exército reconquistou quase 6.000 quilómetros quadrados (km2) de território controlado pelas forças russas na Ucrânia, desde o início da sua contraofensiva lançada no início de setembro.

"Desde o início de setembro, os nossos soldados já libertaram quase 6.000 km2 de território ucraniano no leste e no sul, e ainda estamos a avançar", salientou o chefe de Estado ucraniano no habitual vídeo noturno dirigido à nação.

Volodymyr Zelensky agradeceu em particular a três unidades militares, elogiando a sua "bravura" na operação que permitiu recuperar território conquistado pelas forças russas.

Caso sejam consolidados, estes ganhos serão os maiores para a Ucrânia desde a retirada das forças russas dos arredores de Kiev no final de março.

O Exército ucraniano anunciou pela primeira vez uma contraofensiva no sul, antes de fazer um avanço relâmpago na semana passada na região de Kharkiv, na fronteira com a Rússia no nordeste do país, forçando os soldados de Moscovo a recuar para outras posições.

As autoridades ucranianas também têm relatado sucesso na região de Kherson, no sul, ocupada pela Rússia e na fronteira com a Crimeia anexada, e nas regiões orientais sob o controlo de separatistas pró-russos desde 2014.


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