Açoriano Oriental
Ambiente
Bioprodutos com dificuldade para entrar nos hipermercados
A reduzida quantidade de produtos de origem biológica nos Açores não permite a entrada nas grandes superfícies comerciais, que pretendem obter maiores quantidades. A alternativa é vender a quem se apresente nas explorações
Bioprodutos com dificuldade para entrar nos hipermercados

Autor: Luís Pedro Silva
Os produtores de agricultura biológica nos Açores sentem dificuldades em introduzir os seus produtos nas grandes superfícies comerciais, devido às limitações de produção.
A dificuldade é apresentada por Beatriz Medeiros, engenheira do Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas (IAMA), explicando que a maioria das explorações de agricultura biológica são negócios familiares com pouca expressão no mercado.
“Os produtores contam que existem dificuldade em colocar os produtos nas grandes superfícies, porque lhes exigem grandes quantidades”, resume a representante do IAMA.
Beatriz Medeiros salienta que há poucos produtores de agricultura biológica, com uma capacidade de produção reduzida, sendo que a maioria dos negócios acontecem “porta a porta”.
Os produtos provenientes da agricultura biológica são, essencialmente, hortícolas.
Na ilha de São Miguel também se produz ananás de forma biológica, enquanto na ilha de São Jorge se começou a criar gado bovino de forma biológica.
A principal desvantagem da agricultura biológica é o facto de ser um produto com um preço final elevado em comparação com a agricultura convencional, porque necessita de maiores cuidados com a manutenção e porque apresenta uma produtividade reduzida que provoca uma diminuição da margem de lucro dos produtores.
Actualmente existem 28 produtos de agricultura biológica, que estão divididos pelas ilhas de São Miguel, Terceira e São Jorge.
“O número de agricultores tem vindo a aumentar durante os últimos anos

Nova empresa reconhecida
O Governo dos Açores  decidiu tornar extensivo à Região o reconhecimento da sociedade anónima SGS Portugal como Organismo de Controlo para o Modo de Produção Biológico de produtos vegetais e animais.
A decisão do executivo condiciona, porém, a manutenção desse reconhecimento ao envio ao Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas (IAMA), até 31 de Janeiro de cada ano, da lista dos produtos e transformadores sujeitos ao regime de controlo e certificação e do relatório de actividades desenvolvidas no ano anterior.
O reconhecimento da intervenção da SGS Portugal nos Açores teve em conta um parecer favorável, nesse sentido, da Comissão Consultiva para a Certificação de Produtos Agrícolas e Biológicos.
Segundo explicou a engenheira Beatriz Medeiros, representante da Comissão para a Certificação de Produtos Agrícolas e Biológicos, a medida permite aos agricultores consultarem mais uma empresa certificada para efectuar o controle e certificação dos produtores. Todos os agricultores biológicos necessitam de notificar a sua actividade e precisam de estar confirmados por uma entidade reconhecida a nível regional.  “Os agricultores biológicos podem optar por duas entidades para efectuar os serviços de certificação da agricultura biológica”, explicou Beatriz Medeiros. Uma nota do Gabinete de Apoio à Comunicação Social referiu que o actual governo encara a agricultura biológica como uma das vias de diversificação da agricultura açoriana. || 

Agricultura biológica sem químicos
A produção de agricultura biológica de alimentos de origem animal e vegetal acontece sem a utilização de produtos químicos sintéticos ou alimentos geneticamente modificados. A ideia é defender uma medida que garanta a sustentabilidade dos solos ao longo dos anos, sendo conhecida como uma agricultura amiga do Ambiente.
As pessoas que defendem a existência de uma agricultura biológica acreditam que num solo saudável, mantido sem o uso de fertilizantes e pesticidas feitos pelo homem, os alimentos apresentam uma qualidade superior à dos alimentos convencionais.
A ideia também é defendida por vários especialistas, que destacam a qualidade dos nutrientes.
No entanto, o elevado preço dos produtos de origem biológica, em comparação com a agricultura convencional, limita o crescimento desta solução no mercado.
Também existem poucos produtos para as necessidades do mercado.
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