Autor: Lusa/AO Online
PSD
e CDS-PP apesentaram projetos de lei com vista a alterar o estatudo dos
deputados no que toca à suspensão temporária dos mandatos, e na
especialidade acabaram por fundir as propostas num texto conjunto que
prevê que os parlamentares possam alegar "motivos ponderosos de natureza
pessoal, familiar, profissional ou académica". Os
dois partidos propuseram que a suspensão temporária "não pode ocorrer
por período inferior a 30 dias, nem por mais de uma vez em cada sessão
legislativa, até ao máximo de seis meses por legislatura", encurtando
assim de dez meses para meio ano o período total em que um deputado pode
recorrer a esta figura. Estas propostas foram aprovadas por PSD, CDS-PP, PCP, BE e PAN, tendo apenas o voto contra do PS. O
atual Estatuto dos Deputados, alterado em 2006 apenas com votos
favoráveis do PS, permite a substituição do mandato dos deputados em
três casos: “doença grave que envolva impedimento do exercício das
funções por período não inferior a 30 dias nem superior a 180”,
“exercício da licença por maternidade ou paternidade” ou a “necessidade
de garantir seguimento de processo” judicial ou similar. A
Comissão de Transparência e Estatutos dos Deputados aprovou também, por
unanimidade, uma alteração que visa permitir que os deputados sejam
substituídos em caso de doença grave "por período não inferior a 30 dias
e até ao limite do respetivo motivo justificativo". Já
o projeto de lei do PAN pretendia acrescentar à lista de motivos para a
suspensão do mandato os parlamentares serem candidatos a Presidente da
República, a deputado às assembleias legislativa da Região Autónoma dos
Açores ou da Madeira ou candidatos autárquicos. Esta proposta foi rejeitada, com o voto contra do PS, a abstenção do PSD e voto favorável do PAN, BE, PCP e CDS-PP. Por
proposta do presidente da comissão, o socialista Jorge Lacão, as
alterações aprovadas hoje relativas à suspensão de mandato entram em
vigor cinco dias após a sua publicação, depois da votação final global
em plenário. Estes
diplomas surgiram meses depois da polémica à volta do pedido de
suspensão do mandato do deputado único do Chega, André Ventura, para
participar na campanha presidencial em que foi candidato, mas que
acabaria rejeitado.