Autor: Lusa/AO Online
Segundo as “Estatísticas do Comércio Internacional” de setembro do Instituto Nacional de Estatística (INE), nos primeiros nove meses de 2020 “verificaram-se decréscimos em todas as grandes categorias, em ambos os fluxos [exportações e importações], exceto nas exportações de ‘produtos alimentares e bebidas’, que aumentaram 92 milhões de euros”.
Segundo o instituto estatístico, este acréscimo verificou-se sobretudo na subcategoria ‘produtos transformados destinados principalmente ao consumo dos particulares’, cujas exportações aumentaram 68 milhões de euros.
Em termos de taxas de variação homóloga, o INE refere que as exportações de ‘produtos alimentares e bebidas’ têm evoluído “de forma mais favorável” que as exportações globais, apresentando uma variação positiva na maioria dos meses do ano, atingindo +5,2% em setembro.
Até setembro, as ‘frutas, cascas de citrinos e de melões’ foram o capítulo com maior aumento (+68 milhões de euros), seguindo-se as ‘gorduras e óleos, animais ou vegetais, ceras, etc.’ (+50 milhões de euros), os ‘açúcares e produtos de confeitaria’ (+29 milhões de euros), as ‘preparações de carnes, peixes, crustáceos e moluscos’ (+24 milhões de euros) e as ‘carnes e miudezas, comestíveis’ (+23 milhões de euros).
No seu conjunto, estes cinco capítulos foram responsáveis por um aumento de 193 milhões de euros.
Em sentido contrário, destacou-se o decréscimo de ‘peixes, crustáceos e moluscos’ (-156 milhões de euros).
De acordo com o INE, o país que mais contribuiu para o aumento das exportações portuguesas de ‘produtos alimentares e bebidas’ foi a Espanha (+26 milhões de euros), devido sobretudo às ‘frutas, cascas de citrinos e de melões’ e ‘gorduras e óleos, animais ou vegetais, ceras, etc’, tendo sido o principal cliente das exportações nacionais de ‘produtos alimentares e bebidas’.
Já o Reino Unido foi responsável pelo segundo maior aumento (+24 milhões de euros), sobretudo pela evolução registada nas exportações de ‘preparações à base de cereais, amidos, ou de leite, etc.’ e ‘preparações de produtos hortícolas, de frutas, etc.’.
Seguiram-se os Países Baixos (+20 milhões de euros, devido sobretudo ao acréscimo das exportações de ‘frutas; cascas de citrinos e de melões’), a China (+16 milhões de euros, sobretudo ‘carnes e miudezas, comestíveis’) e Israel (+14 milhões de euros, maioritariamente ‘animais vivos’).
Globalmente, os dados divulgados hoje pelo INE apontam uma diminuição das exportações e das importações em setembro de 0,4% e 9,9%, respetivamente, em termos homólogos nominais, após quebras de 1,9% e 10,4% em agosto, pela mesma ordem.
A maioria das grandes categorias registaram em setembro decréscimos em ambos os fluxos, destacando-se, nas exportações, o decréscimo de 'material de transporte' (-3,9%), principalmente devido ao 'outro material de transporte' (-43,8%), maioritariamente aviões.
Já nas importações o destaque vai para as diminuições de 'combustíveis e lubrificantes' (-39,4%), com origem principalmente em Angola, e de 'material de transporte' (-19,9%), proveniente sobretudo de França, principalmente 'outro material de transporte' (maioritariamente aviões).
Excluindo os ‘combustíveis e lubrificantes’, as exportações aumentaram 0,2% e as importações diminuíram 5,8% (-1,0% e -9,5%, respetivamente, em agosto de 2020).