Autor: Lusa/AO online
O documento impulsiona esses espaços como motor para alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável de 2030 e para a luta contra as alterações climáticas.
O Plano de Ação de Lima, aprovado no quarto Congresso Mundial das Reservas da Biosfera, vai durante os próximos dez anos orientar a estratégia e as ações que serão empreendidas pelo Conselho Internacional de Coordenação do Programa do Homem e a Biosfera (MAB, na sigla em inglês) da Unesco, a agência das Nações Unidas para a Educação e Cultura.
O documento, adotado na presença de mais de 1.200 delegados de 120 países, exortou ao fortalecimento dos modelos de desenvolvimento sustentável dentro das reservas da biosfera, "incluindo soluções que protejam e promovam os conhecimentos dos povos indígenas”.
A declaração convidou os participantes no congresso a usar estas reservas como locais prioritários para a conservação da biodiversidade e dos seus ecossistemas, assim como para acompanhar as consequências das alterações climáticas, incluindo a sua mitigação e adaptação.
O plano instou a empreender estratégias de conservação das reservas da biosfera com as comunidades locais, científicas, juvenis, e nativas, e também com o setor privado.
Com a aprovação, em 09 de junho de 2015, da candidatura transfronteiriça da Meseta Ibérica, Portugal passou a ter oito sítios inscritos na rede mundial de Reserva da Biosfera.
Aquela classificação já tinha sido atribuída, em 1981, a Boquilobo (nos concelhos de Torres Novas e Golegã, no distrito de Santarém), em 2007, às ilhas Graciosa e do Corvo, nos Açores, em 2009, à ilha das Flores (Açores) e Gerês/Xurês (transfronteiriça) e, em 2011, às ilhas Berlengas (Peniche) e a Santana, na ilha da Madeira.
Portugal tem em desenvolvimento quatro candidaturas: Tejo Internacional (transfronteiriça), Arrábida, no distrito de Setúbal, Castro Verde, no Baixo Alentejo (distrito de Beja) e São Jorge (Açores).
Os Açores formalizaram em setembro do ano passado a candidatura das fajãs da ilha de São Jorge a Reserva da Biosfera da Unesco.
A candidatura deverá ter uma resposta no Congresso Mundial de Reservas da Biosfera que decorre em Lima.
As fajãs de São Jorge - que são mais de 70 e, em diversos casos, de difícil acesso - são terrenos planos ao nível do mar numa ilha que é muito escarpada e com alguma altitude. Resultaram da acumulação de detritos, na sequência de terramotos ou de escoadas lávicas das erupções vulcânicas e os seus terrenos planos e férteis, onde existe um clima mais ameno do que nos pontos altos da ilha, acabaram por ser usados pelas populações, ao longo dos séculos, para a agricultura.