Açoriano Oriental
Representantes do Chile e Peru no Festival de Folclore do Porto Formoso

Festival acontece este sábado e conta com participação de mais dois grupos regionais, para além do Grupo Folclórico do Porto Formoso, bem como representantes do Chile e Peru. No dia antes, grupos estrangeiros serão recebidos com “batalha de dança”

Representantes do Chile e Peru no Festival de Folclore do Porto Formoso

Autor: Sara Lima Sousa

A 17.ª edição do Festival Internacional de Folclore do Porto Formoso arranca por volta das 21h00 do dia 10 de agosto, no próximo sábado, no porto de pescas daquela freguesia. 

Em declarações ao Açoriano Oriental, José Maria Cabral, presidente do Grupo Folclórico do Porto Formoso, abordou a “mais-valia” que representa trazer grupos internacionais a uma “freguesia de cerca de 1500 habitantes”.

Para além do grupo da casa, participam o rancho folclórico da Casa do Povo do Livramento, o grupo folclórico Ilha Verde e representantes do Chile e do Peru, que “prometem cativar os espetadores”.

Do Chile, vem o grupo de música latino-americana “Bafocla - Warány”, que surgiu em 2010 na comunidade de San Esteban, integrando elementos autodidatas e profissionais. Expressam as melodias de “Los Andes” e da América Latina, com uma linguagem renovada e estilos daquela região do país.

Do Peru vem a companhia artística “Anwan”, fundado em 2014 e com “elevada” qualidade artística e cénica, devido à sua componente de formação que visa estimular e desenvolver as competências de jovens e adultos para a cultura local como forma de saída profissional. Em 2019 foram selecionados para fazer parte da coreografia da cerimónia de encerramento dos jogos Pan-Americanos, realizados no estádio Nacional de Lima.

José Maria Cabral informou em primeira mão ao jornal a novidade da edição deste ano: a abertura do festival, dia 10, será realizada com uma rapsódia em orquestra, totalmente instrumental, com todos os tocadores dos grupos internacionais e regionais participantes. As três músicas escolhidas para a ocasião foram “Ilhas de Bruma”, “Porto dos Meus Encantos” e a canção da própria freguesia.

No dia anterior, a 9 de agosto, no largo Hintze Ribeiro, os grupos estrangeiros serão recebidos na Câmara Municipal da Ribeira Grande, pelas 20h00, seguindo-se uma “batalha de dança” entre os dançarinos dos dois grupos internacionais e do grupo do Porto Formoso. “É um evento muito diferente dos outros que costumamos ver a nível de São Miguel e mesmo de folclore”, referiu o presidente do grupo local.

“Nós dançamos algo deles e eles dançam algo nosso”, acrescentou, caracterizando ainda a experiência como muito “enriquecedora”. Para José Maria Cabral, “acaba por ser um convívio enorme” ver grupos do Chile e do Peru a dançar o “Pezinho da Vila”, por exemplo.

Sobre a organização, José Maria Cabral destacou que este evento “já tem muita logística”, mas que o mais importante é a “cultura espalhada por todos os grupos, sejam internacionais, nacionais ou regionais”. O também organizador do evento garantiu o “compromisso de fazer cada vez melhor de ano para ano”.

Ambos os dias são de entrada gratuita. No espaço do festival, no sábado, haverá um pequeno mercado com comes e bebes, entre os quais malassadas e bifanas, adiantou José Maria Cabral.


Fatia mais pequena do bolo é “para a cultura e para o folclore” apesar de convites

José Maria Cabral revela ao Açoriano Oriental que está tudo planeado para, em 2025, o Grupo Folclórico do Porto Formoso ir ao Brasil, atuar em Rio Grande do Sul.

No entanto, o presidente do grupo lamenta a “falta de apoios à cultura”, uma vez que esta escassez impossibilita o grupo folclórico de atuar em festivais fora do país mais vezes para além da que está planeada, apesar de receberem convites todos os anos desde que organizam o festival.

“Como costumo dizer, o folclore é o parente pobre da cultura”, afirmou José Maria Cabral sobre o dinheiro que “quase sempre falta para a cultura”, quando “para as outras vértices há sempre”.

Ainda este ano receberam um convite do grupo da Eslováquia, que participou no festival o ano passado.

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