Autor: Lusa/Açoriano Oriental
Os social-democratas consideram que aquela antiga fábrica constitui um "inegável património" da ilha, pelo que apresentaram no parlamento regional um projeto de resolução a sugerir que se encontre uma alternativa à venda do edifício, pertencente à empresa pública Sinaga.
"Dependerá exclusivamente do Governo Regional [do PS] encontrar uma solução que impeça a venda no mercado daquelas instalações", refere o projeto de resolução entregue na Assembleia Legislativa dos Açores.
Segundo o parlamentar social-democrata António Vasco Viveiros, a própria Câmara Municipal da Lagoa "já manifestou o desejo de afetar aquele imóvel a um projeto de interesse municipal, abrangendo um museu, um polo de indústrias criativas e um mercado", mas não terá chegado a entendimento com o executivo açoriano.
O grupo parlamentar do PSD na Assembleia Legislativa dos Açores defende, por isso, a "suspensão imediata" da venda da antiga fábrica, para que o município da Lagoa e o Governo Regional possam chegar a um eventual acordo.
"Durante aquele período, a autarquia, se entender conveniente, poderá elaborar um plano de pormenor que acautele, no futuro, uma utilização compatível com os valores culturais e arquitetónicos a preservar", adianta o projeto de resolução do PSD.
As instalações da antiga fábrica do álcool da Lagoa, construída em 1882, mas que não labora há mais de 40 anos, foram colocadas à venda este ano pela administração da empresa açucareira Sinaga.
A associação Amigos do Calhau, da ilha de São Miguel, sugeriu, em setembro, que o novo mercado municipal da Lagoa ficasse instalado na antiga fábrica do álcool, como forma de travar o estado de degradação do imóvel.
"Existe esse edifício que é de reconhecido valor patrimonial e que assume um lugar central no centro urbano, que tem toda uma carga histórica e psicológica das pessoas que ali vivem e muitas delas trabalharam lá", realçou, então, Nuno Malato, arquiteto e membro dos corpos sociais dos Amigos do Calhau, em declarações à Lusa.
Um mês antes, a Câmara da Lagoa anunciou a construção de um mercado municipal, estimado em 1,5 milhões de euros, que deverá ficar localizado na zona do parque tecnológico (NONAGON) do concelho.