Autor: Lusa / AO online
"Da forma como as coisas estão a evoluir, muito rapidamente, já não é possível travar o tratado nem recuos, apesar de isso ser desejo de alguns de nós", declarou o presidente checo ao jornal Lidove Noviny.
Vaclav Klaus reafirma na entrevista que não considera que o texto do Tratado de Lisboa seja bom "para a liberdade na Europa", mas admite que a sua entrada em vigor "não será o fim do mundo".
"Não posso esperar nem esperarei pelas eleições na Grã-Bretanha, a menos que se realizem nos próximos dias ou semanas", acrescenta o estadista checo, aludindo aos próximos escrutínios britânicos, que poderão levar os conservadores ao poder e a um provável referendo sobre o tratado.
Klaus anunciou no passado dia 08 uma nova condição para assinar o tratado: uma derrogação para o seu país relativamente à Carta dos direitos fundamentais, tendo por objectivo impedir a restituição de bens de alemães confiscados após a Segunda Guerra Mundial, questão actualmente em negociações.
Visto como instrumento capaz de permitir à União Europeia um funcionamento mais eficaz, o Tratado de Lisboa já foi ratificado pelos outros 26 países comunitários e aprovado pelas duas câmaras do Parlamento checo, mas só poderá entrar em vigor depois de ratificado pelos 27.
O segundo referendo irlandês sobre o tratado, realizado no início deste mês, deu uma larga vitória ao "sim".
A aprovação do Tratado de Lisboa na República Checa está suspensa por decisão do Tribunal Constitucional, face a uma queixa de um grupo de senadores liberais que se propõem verificar se este texto, herdado do projecto abortado em 2005 de Constituição europeia, não é incompatível com a lei fundamental do país.