Futuro HDES terá área de Ambulatório “muito maior”

Secretária regional da Saúde reitera que escolha do programa funcional do “novo” HDES será feita até ao final do ano. Em 2026, prevê-se o lançamento do processo concursal. Ainda não há data de início da obra



O “novo” Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), de Ponta Delgada, vai ter uma área de Ambulatório “consideravelmente maior” ao que existe atualmente, revelou a secretária regional da Saúde e Segurança Social (SRSSS), Mónica Seidi, à entrada para a 6.ª reunião da Comissão de Análise do Futuro do HDES, no Palácio da Conceição, em Ponta Delgada.

A governante explicou que “há uma preferência clara quanto a um dos dois programas funcionais que já foram amplamente discutidos internamente pelos membros, quer dos do Hospital, quer pelo próprio Conselho de Administração”, com 65% a inclinarem-se para o da Antares.

Assente em vários princípios, o plano funcional da Antares prevê a ampliação e a beneficiação do edificado existente, mais unidades de internamento, uma “clara ampliação e melhoria muito significativa” do atual Serviço de Urgência e da Unidade de Cuidados Intensivos. 

“O futuro hospital terá de ter uma área de atividade ambulatório consideravelmente maior àquela que tem na atualidade. Por exemplo, no caso da cirurgia, prevê quase que uma duplicação de toda essa área”, assinala a secretária regional.

Ampliar o serviço de Ambulatório, seguindo as práticas verificadas a nível nacional e internacional, diz, que indicam que os utentes devem passar no hospital “o tempo estritamente necessário”.

Seidi lembrou que as exigências atuais são bastante diferentes das existentes aquando da construção do HDES, exemplificando com a área determinada pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) para os consultórios.

“A ACSS determina que os gabinetes de consulta tenham 16 metros quadrados. Como devem calcular, nenhum dos gabinetes na atualidade do HDES tem essa dimensão”, afirmou, reiterando que, até ao final do ano, irá ser apresentado o relatório elaborado pela comissão, presidida pelo médico e antigo deputado regional do PSD, Luís Maurício, sobre qual dos dois programas funcionais irá ser escolhido. 

Em 2026, Mónica Seidi perspetiva que seja lançado o procedimento concursal, sem comprometer-se com datas para o arranque efetivo da obra, garantindo que o Governo Regional dos Açores não irá “tomar decisões precipitadas”, querendo fazer “um trabalho bem feito”, exemplificando com obras semelhantes na Madeira e em Lisboa.

“O projeto do Hospital da Madeira foi apresentado em 2018 e a primeira pedra só foi lançada em 2023. O Hospital de Todos os Santos foi anunciado em 2008 e a primeira pedra só foi lançada em 2024. Nós não queremos nada disto na Região Autónoma dos Açores, mas quero lhe dar nota que esse é um processo moroso”.

Questionada se o Hospital Modular irá conseguir dar a resposta necessária até o “futuro” HDES ser uma realidade, Mónica Seidi respondeu que sim, avançando com números para explicar o que considerou de uma evolução “francamente melhor” da atividade assistencial do HDES, antes e depois da abertura do hospital Modular.

Segundo a governante com a pasta da Saúde, registou-se um aumento da consulta externa na ordem dos 10%, das cirurgias na ordem dos 28% e da realização de exames complementares de diagnóstico “também é superior”.

Além destes dados quanto ao incremento da atividade do HDES após a entrada em funcionamento do Hospital Modular, Seidi considera que aquela infraestrutura desempenhará uma função vital nos próximos anos, servindo de apoio ao edifício principal do hospital de Ponta Delgada, durante as obras.

“É para nós impensável fazer obras estruturantes no HDES sem ter uma estrutura de retaguarda. O hospital modular também foi pensado nessa perspetiva. Enquanto decorrerem obras no HDES, o modular será estrutura de retaguarda para fazer rotatividade dos serviços”. 

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