Açoriano Oriental
COP26
Presidente Alok Sharma reconhece falta de acordo sobre “questões críticas”

O presidente da COP26, Alok Sharma, reconheceu que ainda existe falta de acordo sobre as “questões mais críticas” para chegar a um texto consensual da 26.ª conferência do clima das Nações Unidas, a decorrer em Glasgow. 

Presidente Alok Sharma reconhece falta de acordo sobre “questões críticas”

Autor: Lusa/AO Online

"Embora tenhamos progredido e eu reconheço o espírito de cooperação e civismo demonstrado ao longo das negociações pelos negociadores e ministros, ainda não nos entendemos nas questões mais críticas”, afirmou, numa conferência de imprensa.

O antigo ministro da Economia britânico adiantou que vai ter mais reuniões hoje à tarde para tentar chegar a um consenso, em especial relativamente ao financiamento sobre o clima e o Artigo 6.º do Acordo de Paris, que se refere aos mercados de carbono e o papel no corte de emissões. 

"Ainda há muito trabalho para fazer e a COP 26 está programada para encerrar no final do dia de amanhã [sexta-feira]. O tempo está a esgotar-se”, avisou.

Lembrando que já foram publicados vários documentos, Sharma disse que "muito já foi alcançado” e que “existe um verdadeiro espírito de cooperação” na conferência, saudando também a declaração sino-americana para colaboração no combate às alterações climáticas. 

"Mas ainda estamos longe de finalizar aquelas que são questões muito críticas que estão pendentes. E eu não acho que podemos enfatizar demais o quão difícil isso é. Se fosse fácil, teriam sido resolvidas nos últimos seis anos, mas não foram", vincou. 

"Garanto que usaremos cada momento entre agora e o final desta COP para chegar a um acordo”, prometeu.

Questionado sobre as tentativas de alguns países para diluir a linguagem das conclusões, por exemplo removendo as referências ao fim do carvão e dos subsídios aos combustíveis fósseis”, Sharma reiterou o desejo de obter decisões “ambiciosas” nesta COP26. 

"Acho que os rascunhos das decisões divulgadas foram ambiciosos e penso que, se forem adotados como pretendemos, poderemos dizer com credibilidade que mantivemos os 1,5 graus ao alcance”.

O texto preliminar também propunha que os países deveriam apresentar novas metas para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 2022, um relatório anual de avaliação e uma cimeira de líderes sobre o assunto.   

Uma nova ronda de textos deverá ser publicada esta noite e Sharma continua determinado em concluir os trabalhos na sexta-feira, apesar de todas as outras conferências sobre o clima se terem prolongado para além da data prevista de encerramento.  

A COP26, sob presidência britânica, decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

 


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