Açoriano Oriental
Paulo Portas alerta contra riscos de nova maioria absoluta do PS
O líder do CDS/PP, Paulo Portas, frisou esta noite que o PS não pode obter maioria absoluta nas próximas eleições legislativas, apontando dezenas de exemplos que mostram porque os socialistas não devem continuar a governar sozinhos.
Paulo Portas alerta contra riscos de nova maioria absoluta do PS

Autor: Lusa / AO Online

Num discurso de balanço dos quatro anos de Governo efectuado no final de um jantar com jovens no Porto, Paulo Portas considerou que "qualquer jovem tem o direito de perguntar a José Sócrates como é possível ele exigir uma segunda oportunidade, uma nova maioria absoluta, aos jovens a quem o seu Governo nega todos os dias uma primeira oportunidade".

"O mesmo jovem pode questionar José Sócrates sobre o dilema de ou a maioria absoluta ou o caos como se a sua actual maioria estivesse longe do caos", acrescentou o líder do CDS/PP.

Portas afirmou que os jovens que votaram em Sócrates nas últimas legislativas "sabem o que foi prometido e o que foi cumprido. Têm memória, apesar de Sócrates achar que não".

"Quatro anos depois, temos mais desemprego e menos empresas. Mais dívidas e menos exportações. Mais pobreza e menos produtividade. Mais impostos e menos concorrência. Mais fraudes e menos supervisão. Mais criminalidade e menos segurança. Em maioria absoluta", disse.

Para Paulo Portas, o Portugal actual "é um país onde se fazem cada vez mais perguntas e onde o primeiro-ministro dá cada vez menos respostas. Em maioria absoluta".

"As pessoas não são tolas. Se a maioria absoluta serviu para isto, porquê dá-la novamente?" - questionou, lamentando que o primeiro-ministro tenha transformado o Parlamento "numa câmara sem eco, onde nada do que é perguntado é respondido".

Para o líder do CDS, "o País vai ter de ser governado de outra maneira, com mais responsabilidade, mais humildade e em compromisso com os que não pensam da mesma maneira".

Entre os que não pensam da mesma maneira está naturalmente o CDS/PP, que mantém com o PS "divergências que não são insultuosas nem ofensivas, basta que sejam substanciais".

"Porque PS e PSD caem tão rapidamente em ofensas e em crispação, como se as suas divergências fossem uma questão pessoal? Porque como não há diferenças objectivas e substantivas entre ambos subjectivam a política. Connosco não é assim. O diálogo depende do programa, da estratégia e da visão", disse.

Tal como Manuela Ferreira Leite, Paulo Portas manifestou-se contra os grandes investimentos públicos não produtivos e salientou o papel e a importância das pequenas e médias empresas no desenvolvimento da economia real.

"Não venham pedir apoio para grandes obras que consomem o crédito disponível para as pequenas e médias empresas e em que o emprego que possam criar nem é predominantemente nacional", disse.

"Há muitas empresas, muita gente que está a conseguir vencer a crise todos os dias em Portugal. Muitas mais poderiam, se outras políticas económicas e sociais fossem seguidas", disse, lamentando que o Governo não só não esteja combater correctamente a crise como também "não está a preparar o País para crescer, uma vez que ela esteja vencida".

No seu balanço dos quatro anos de governação socialista, o líder centrista não poupou praticamente nenhuma área de governação, apesar de admitir que "todos os governos têm pontos positivos".

Defendeu um novo contrato fiscal que "finalmente faça recuar a pressão sobre as pessoas, diminua os impostos da classe média e seja amiga das famílias e das pequenas e médias empresas", acusou o PS de nos últimos três anos ter "governado para as grandes companhias, e em particular as multinacionais", e desafiou o Executivo a "investir mais nas pequenas e médias empresas do que em buracos criados por alguns que não têm de ser tapados por todos".

Criticando o PS por "querer supervisores e reguladores tímidos e cobardes para depois fazer nacionalizações", Portas propôs "uma regulação forte para que os contribuintes não tenham de pagar nacionalizações".

Na área da segurança, "o Governo errou quando em pleno agravamento da criminalidade travou admissões na polícia e promoveu leis penais permissivas perante as quais os delinquentes sabem que nada de grave lhes acontece se continuarem".

Os idosos "nem tiveram direito a nenhum plano anti-crise, talvez porque não se manifestam" e, na educação, se a avaliação dos professores é legítima ela deve ser acompanhada da das escolas, currículos, programas e manuais escolares.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados