Açoriano Oriental
Moção de censura do Chega visa tentar ensombrar congresso do PSD, diz PCP

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou hoje que a moção de censura ao Governo anunciada pelo Chega pretende tentar ensombrar o Congresso do PSD.

Moção de censura do Chega visa tentar ensombrar congresso do PSD, diz PCP

Autor: Lusa /AO Online

“Em políticas não há coincidências. A verdade é que está a haver o Congresso do PSD e o Chega procurou fazer marcação à zona, para tentar ensombrar o Congresso do PSD”, afirmou Jerónimo de Sousa, na Azinhaga, Golegã (Santarém), onde hoje esteve numa sessão evocativa do centenário do nascimento de José Saramago (1922-2010).

Para Jerónimo de Sousa, “o PSD tem culpa em relação ao seu sucedâneo”, pelo que “agora aturem-no”.

“De qualquer forma, [a moção de censura] visa, fundamentalmente, cavalgar em relação ao Congresso do PSD”, acrescentou o líder do Partido Comunista Português.

O 40.º Congresso do PSD começou na sexta-feira e termina no domingo, no Porto.

O presidente do Chega, André Ventura, anunciou na sexta-feira a apresentação de uma moção de censura ao Governo, uma iniciativa que está à partida chumbada dado que o PS dispõe a maioria absoluta dos deputados à Assembleia da República.

André Ventura justificou a apresentação de moção de censura com um conjunto de situações que passam pelo “caos absoluto na saúde”, as opções do Governo face ao aumento dos preços dos combustíveis, culminando no “ato politicamente mais grave” envolvendo o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que, disse, “acabou politicamente” na quinta-feira.

“Se forem substituídos os ministros da Saúde e das Infraestruturas, o Chega retirará a moção de censura”, declarou André Ventura numa conferência de imprensa na Assembleia da República.

O líder do Chega disse ter comunicado esta iniciativa do seu grupo parlamentar ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

Na quinta-feira de manhã o primeiro-ministro, António Costa (PS), determinou ao ministro das Infraestruturas a revogação do despacho publicado na quarta-feira sobre a solução aeroportuária para a região de Lisboa e reafirmou que tem de ser negociada e consensualizada com a oposição, através de um comunicado.

Durante a tarde, Pedro Nuno Santos, responsabilizou-se por "erros de comunicação", mas afirmou que iria manter-se em funções.

A seguir, António Costa deu o caso por encerrado, considerando que Pedro Nuno Santos "não agiu de má-fé" e reconheceu publicamente ter cometido "um erro grave, felizmente prontamente corrigido", e que, portanto, "está totalmente restabelecida a confiança" no ministro.

Em causa está a publicação em Diário da República de um despacho que determina, entre outras medidas, o "estudo da solução que visa a construção do aeroporto do Montijo, enquanto infraestrutura de transição, e do novo aeroporto 'stand alone' no Campo de Tiro de Alcochete, nas suas várias áreas técnicas".


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