Açoriano Oriental
Mais de 400 pessoas em lista de espera para consultas de psiquiatria

De acordo com os dados mais atuais da Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social, apresentados em resposta a um requerimento, 446 pessoas encontram-se em lista de espera para consultas de psiquiatria nos três hospitais da Região Autónoma dos Açores

Mais de 400 pessoas em lista de espera para consultas de psiquiatria

Autor: Rafael Dutra

O número mais atual de pessoas em lista de espera para consultas de psiquiatria no Serviço Regional de Saúde (SRS), repartidos pelos três hospitais da Região Autónoma dos Açores, ascende as quatro centenas de utentes, de acordo com dados do Governo Regional, apresentados em resposta a um requerimento do Chega, enviado à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA).

Uma vez que neste documento não foi indicada a data específica relativamente aos utentes em lista de espera, o Açoriano Oriental apurou junto da Secretaria Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, que se tratava de dados apurados à data. Ou seja, face a estes dados mais atuais, é possível observar que no Hospital do Divino Espírito Santo existiam, segundo os dados mais recentes, 365 utentes em lista de espera.

No Hospital da Horta e no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT) estes números são significativamente inferiores havendo, respetivamente, 56 e 25 utentes em lista de espera para consultas de psiquiatria. Isto perfaz um total de 446 utentes que estão neste momento a aguardar uma consulta de psiquiatria nos Açores.

Recorde-se que o coordenador da Estrutura para a Saúde Mental dos Açores,  Henrique Prata Ribeiro, referiu, numa entrevista ao Açoriano Oriental em julho de 2024, que foi tomada a decisão de acabar com a lista de espera para consultas de psiquiatria no HDES.

“Acabámos com a lista de espera, que era de mais de 1000 doentes e de cerca de dois anos para consultas de psiquiatria no Hospital de São Miguel”, sustentou na ocasião, tendo referido que tal só foi possível graças à criação de critérios de referenciação entre os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares, e à formação de médicos de família e internos de psiquiatria, psicólogos e enfermeiros para a área da saúde mental.

Nesse sentido, o Chega questionou quantos destes mil doentes tiveram consulta de psiquiatria e consequente acompanhamento.

“Segundo as informações recolhidas junto do serviço de psiquiatria do HDES, à data da extinção da lista de espera, a taxa de absorção na consulta de psiquiatria do serviço foi de 19%”, explicou, por sua vez, o executivo regional, neste documento publicado pela Secretaria Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades.

Os restantes 81% foram reencaminhados para os Cuidados de Saúde Primários (CSP), prossegue o executivo regional.

Refere-se ainda que o médico psiquiatra sublinhou também, na referida entrevista, a dificuldade em captar recursos humanos qualificados para a Região.

Neste momento, e de acordo com a resposta do executivo regional, existem sete médicos com especialidade em psiquiatria efetivos e dez internos a trabalhar no HDES.

No HSEIT há três profissionais efetivos mais quatro em regime de prestação de serviços.

Por seu lado, no Hospital da Horta há uma profissional efetiva, dois profissionais em prestações de serviços, uma contratação a tempo parcial e um protocolo de deslocação à ilha (duas vezes por mês).

“Não existem psiquiatras afetos às Unidades de Saúde de Ilha, mas existem consultas de psiquiatra recorrendo às convenções, nomeadamente nas ilhas Graciosa e Santa Maria”, é possível ler no documento.

No requerimento enviado à ALRAA, o Chega inquiriu, de igual modo, quanto tempo é que o coordenador da Estrutura para a Saúde Mental dos Açores  passa na Região, bem como o número de pessoas que integram a equipa desta estrutura.

“O coordenador da Estrutura para  Saúde Mental dos Açores desloca-se à Região sempre que se justifica, permanecendo pelos períodos necessários à realização dos trabalhos, pelo que não se encontram definidos períodos específicos para a sua deslocação e/ou permanência”,  é justificado na resposta ao requerimento, onde se refere ainda que esta estrutura é “constituída por duas pessoas, um coordenador e  um vogal”.

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