Legislativas

Maioria contribui para credibilidade externa do país, dizem Economistas

Os economistas ouvidos pela Lusa destacam que a maioria resultante das eleições legislativas tem um impacto positivo para a imagem externa do país e perante os investidores internacionais, ao afastar a incerteza política.



“Sem dúvida nenhuma que sim, afeta positivamente a imagem externa do país e reduz o risco político do país”, disse Paulo Trigo Pereira, economista e professor do ISEG, em declarações à Lusa, quando questionado sobre o tema.

Para o professor universitário, que é ex-deputado independente da bancada do PS, “do ponto de vista parlamentar temos grande previsibilidade”, pelo que acredita que “apenas aumentará a conflitualidade social nomeadamente na função pública, pela influência do PCP nos sindicatos, numa altura em que continuará a haver necessidade de alguma contenção na despesa pública”. ´

Na mesma linha, João Borges de Assunção, economista e coordenador do Católica Lisbon Forecasting Lab, em declarações à Lusa, sublinha que, “se a estratégia orçamental for adequada, e coordenada com a União Europeia, a credibilidade externa do país perante os investidores sai reforçada”.

Para o professor universitário, “o Governo pode agora avaliar as consequências das suas decisões a quase cinco anos quando tornar a ir a votos”, pelo que pode “tomar decisões com racionalidade económica numa perspetiva de médio a longo prazo”.

“Falta saber se governará a pensar em todos e no bem comum ou apenas nos seus eleitores potenciais. Um discurso inclusivo e agregador, sem exclusões ideológicas, poderia ser mobilizador de toda a sociedade”, refere.

Já para José Reis, professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) e investigador do Centro de Estudos Sociais (CES), “a imagem externa será positiva se a economia e a sociedade funcionarem”.

“É isso que conta, como se viu quando, sem dívida de forma exagerada, se achou no estrangeiro que estava a acontecer um ‘milagre português’”, acrescenta à Lusa.

“É desejável que tenhamos uma agenda clara e de qualidade para quatro anos. A sociedade está cheia de incertezas e essas já bastam. A prioridade é responder bem ao país, que foi claro na sua mensagem eleitoral. É nisso que deve corresponder a previsibilidade, como aconteceu em 2015, quando o governo foi claro e previsível – e cumpriu”, vinca o economista.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas de domingo e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.



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