Autor: Lusa/AO Online
“O problema nunca foi, nem é, o número de vacinas, o problema é a capacidade de organizar um processo de vacinação coerente, célere e eficaz. E é assim que se demonstra também que seja necessário, para garantir isso nos Açores, que venham as Forças Armadas ajudar neste processo de vacinação”, afirmou.
O dirigente socialista falava, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, numa sessão de apresentação da moção de orientação política do secretário-geral do PS, António Costa.
O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, anunciou na quarta-feira que os Açores iriam receber uma majoração de 30 mil vacinas contra a covid-19 do Estado português, para vacinar a população das ilhas sem hospital, e que o processo de vacinação nessas ilhas contaria com o apoio de uma equipa de nove militares (seis enfermeiros, dois médicos e um farmacêutico), disponibilizada pelo Ministério da Defesa Nacional.
Para Vasco Cordeiro, a ajuda dos militares comprova a falta de capacidade do Governo Regional para organizar o processo de vacinação contra a covid-19 nos Açores, mas o pedido de ajuda já devia ter sido feito.
“Nós não censuramos isso, nós achamos isso muito bem. A única coisa que lamentamos é que se tenha demorado tanto tempo a reconhecer as limitações deste Governo e que se tenha demorado tanto tempo a pedir ajuda ao Governo da República e às Forças Armadas para conseguir proteger os Açores e os açorianos desta pandemia”, salientou.
O líder regional socialista defendeu, por outro lado, que as próximas eleições autárquicas assumem “uma importância decisiva e fundamental” nos Açores.
“Face àquele que é o desgoverno ao nível da região, ao ziguezague entre as opções que vão pontuando consoante o sabor das circunstâncias, é também ao nível autárquico que o Partido Socialista tem a oportunidade de salientar e de afirmar uma ideia de progresso, uma ideia de desenvolvimento, uma ideia de futuro para cada um dos nossos municípios e das nossas freguesias”, frisou.
Vasco Cordeiro denunciou, no entanto, ataques ao exercício de “liberdade, democracia e participação cívica” por parte dos partidos que assumiram o poder em novembro de 2020.
“Não pode passar sem uma palavra de repúdio e de protesto aqueles que são os sinais que se avolumam das pressões, das ameaças veladas aos candidatos do PS nessas autárquicas por parte daqueles que compõem o atual Governo Regional e que visam limitar a liberdade de participação”, acusou.