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Inflação é “desafio n.º 1” da política macroeconómica em Portugal

O professor de Economia Política do ISCTE Ricardo Paes Mamede advertiu que a inflação é “o desafio número 1”, em Portugal, “do ponto de vista da política macroeconómica”.

Inflação é “desafio n.º 1” da política macroeconómica em Portugal

Autor: Lusa/AO Online

Paes Mamede, coordenador do relatório do Instituto para as Políticas Públicas e Sociais (IPPS-ISCTE), já na sua 4.ª edição, admitiu que as incertezas causadas pelos efeitos da pandemia de covid-19 e da guerra na Ucrânia resultam em incerteza nas estratégias de recuperação do país, o que inspirou o título “Recuperação em tempos de incerteza”.

O “mais difícil de imediato” nessa estratégia de recuperação é “saber como lidar com o problema de inflação”, afirmou.

“É uma das questões mais óbvias. Há muitas dúvidas e muita polémica sobre quais são as origens da inflação. Até que ponto é que se deve ou não atualizar os salários para limitar o impacto da queda do poder de compra das pessoas que dependem dos seus rendimentos de trabalho, das pensões e se isso vai ou não agravar a própria dinâmica de aumento geral de preços”, argumentou.

Esse, sublinhou, é “o desafio número 1 neste momento do ponto de vista da política macroeconómica” em Portugal.

A Comissão Europeia reviu em alta de 2,4 pontos percentuais (p.p.) a taxa de inflação para Portugal, para 6,8% este ano, ainda que abaixo dos 7,6% previstos para a zona euro.

De acordo com as previsões macroeconómicas intercalares, divulgadas em 14 de julho, o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) deverá subir em Portugal de 0,9% em 2021 para 6,8% em 2022, antes de cair para 3,6% em 2023.

À Lusa, Paes Mamede explicou que o objetivo do relatório do IPPS-ISCTE é “proporcionar um retrato da situação do país nas várias áreas da governação, percebermos quais são os principais desafios, as principais oportunidades e depois analisar com mais profundidade em cada uma das áreas uma medida de política pública, entre muitas que seria possível analisar”.

O relatório tem quase 90 páginas que juntam contributos de 15 investigadores em 13 capítulos que correspondem outras tantas áreas da governação – Saúde, Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia, Proteção Social, Emprego, Economia, Estado, Justiça, Transportes, Habitação, Democracia e Demografia.


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