Autor: Paulo Faustino
No Dia Mundial dos Pobres, que se comemora no próximo dia 13 de novembro, o Serviço Diocesano da Pastoral Social vai levar a cabo uma reunião com todos os agentes da pastoral social da ilha Terceira, tendo em vista a “otimização” dos apoios da Igreja aos mais desfavorecidos, em cada comunidade local, no conjunto das 165 paróquias açorianas.
O objetivo do encontro que terá lugar no Seminário de
Angra é apresentar, refletir e implementar o guião elaborado em 2021
para a criação do ‘Serviço Social Paroquial’.
Segundo informa o Sítio
Igreja Açores, a proposta que visa a criação de um serviço social
paroquial de proximidade decorre do princípio cristão “ver, julgar e
agir” de modo a, por um lado, assegurar linhas para “o acolhimento de
pessoas e famílias em situação de dificuldade” e, por outro, perceber
quais são as “desigualdades e injustiças”para as necessidades
identificadas.
A responsável diocesana pela pastoral social apela às
pessoas em dificuldades que confiem na Igreja para receberem ajuda. “As
paróquias não podem trabalhar sozinhas nesta problemática e aquilo que
nós gostaríamos é que qualquer pessoa que esteja numa situação
desfavorável possa procurar e confiar na Igreja para pedir ajuda e a
Igreja, mesmo não tendo condições para responder, possa ser o mediador
com outras instituições da comunidade como as juntas de freguesia, por
exemplo”, realçou Piedade Lalanda, citada pelo Sítio Igreja Açores,
vincando que o desejável é ter “uma Igreja próxima, que aja em
articulação com as demais entidades da comunidade”.
O Serviço Diocesano da Pastoral Social elaborou um guião que já foi distribuído a todas as paróquias da diocese com um conjunto de orientações com boas práticas de intervenção social. Trata-se de um documento “simples e concreto” inspirado nos documentos do Magistério, em particular os do Papa Francisco - Alegria do Evangelho e todos Irmãos -, duas encíclicas onde o Papa mais discorre sobre o papel da Igreja nas questões sociais.
De acordo com a mesma fonte, o novo documento, além da criação de núcleos de Pastoral Social, propõe uma caracterização do universo de pessoas vulneráveis, a validação “do registo de pedido de ajuda com outras entidades”, o acompanhamento de “situações sinalizadas”, a “avaliação permanente da ação da pastoral social e o envolvimento da comunidade paroquial”.
Piedade Lalanda não tem dúvidas que “o conhecimento de
casos pontuais deve levar a um acompanhamento mais prolongado: a ajuda
não deve ficar-se apenas pela doação de um cabaz pontual e todas as
paróquias devem ter uma especial preocupação com estas matérias”.
Frisando
que o grande desafio é “otimizar estes recursos, onde eles existam, e
criar novos impulsos na dinâmica social das comunidades”, a socióloga
lembra a implantação no terreno da Cáritas e dos Vicentinos, que “fazem
muito, mas há alguns lugares onde nem esta realidade ainda existe”.
Perante a existência de “problemas muito sérios”, como é o caso da “pobreza, falta de emprego, perda de rendimentos, dificuldades no acesso à saúde”, a responsável salienta que a Igreja tem de ser o rosto mais próximo da ajuda. Na verdade, como fez notar numa entrevista que foi ontem para o ar no programa de rádio Igreja Açores, “temos de sair do nosso mundo e ir ao encontro de todos os que vivem mais dificuldades”.