Autor: Paula Gouveia
Os três hospitais e as nove Unidades de Saúde de Ilha (USI) dos Açores receberam, em 2022, 872 reclamações no total.
Destas mais de oito centenas de queixas, 542 são referentes aos hospitais açorianos e 330 aos centros de saúde, sendo de realçar, da análise dos dados disponibilizados pela Direção Regional de Saúde, que é em relação ao Hospital Divino Espírito Santo (HDES) e à Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel que há mais reclamações, uma vez que só o hospital recebeu 391 queixas e a USI de São Miguel outras 181 queixas.
O maior número de reclamações são feitas em relação a aspetos técnicos e funcionais (254 nos hospitais e 242 nas USI) - nesta categoria é a demora e a qualidade do atendimento (99 e 90 queixas respetivamente nos hospitais) as mais frequentes.
O acesso aos hospitais é a segunda queixa mais frequente nas unidades hospitalares, enquanto nas Unidades de Saúde de Ilha são os aspetos relacionais os que geram mais reclamações (55 ) logo a seguir aos aspetos técnicos e funcionais já referidos.
A falta de
pessoal (24) é a terceira queixa mais frequente nos centros de saúde,
enquanto nos hospitais é a gestão de estruturas e equipamentos (24). As
queixas relativas a aspetos relacionais nos hospitais (20) surgem logo a
seguir a questões relacionadas com leis e normas (23).
De salientar
que o número de reclamações diminuiu no ano passado, em relação a 2021,
ano em que foram feitas 604 queixas nos hospitais e 355 nas Unidades de
Saúde de Ilha (959 no total).
E, isto acontece depois de um ano de
significativa quebra do número de reclamações - o primeiro ano da
pandemia de Covid-19 (2020) teve apenas 640 reclamações no Serviço
Regional de Saúde, quando no ano anterior tinha havido mais de 1000
reclamações nos hospitais e centros de saúde da Região (709 nos
hospitais e 386 nas USI).
Um facto a que não é alheio o “travão”
colocado nos cuidados de saúde prestados nestes serviços para dar
prioridade à resposta à Covid-19, doença sobre a qual não havia ainda
muita informação disponível, nem vacina para administrar, e para a qual
foi direcionada uma grande parte dos recursos humanos do Serviço
Regional de Saúde; aliado às próprias medidas adotadas para conter a
propagação da doença na comunidade.