Autor: Lusa/AO online
De acordo com um relatório hoje divulgado pela OCDE, em que se destaca o "preço económico" que as mulheres pagam por serem mães, a diferença salarial entre homens e mulheres tem, no entanto, vindo a decrescer nos últimos anos.
A Organização concluiu que os países asiáticos são aqueles em que os salários entre homens e mulheres são menos igualitários: na Coreia do Sul e no Japão, a diferença salarial é de 38,9% e 28,7%, respetivamente.
Diferenças salariais também altas foram detetadas na Alemanha (21,6%), na Finlândia (19,7%), na Áustria (19,4%), no Canadá (18,8%) e na República Checa (18,1%).
Por oposição, os salários menos desiguais entre género são os pagos na Hungria (6,4%), na Nova Zelândia (6,8%), na Noruega (8,1%), na Bélgica (8,9%), na Grécia (9,6%), na Polónia (10%), na Irlanda (10,4%), em Itália (11,8%) e em Espanha (11,8%).
Os autores do relatório apuraram ainda que estas diferenças na remuneração de homens e mulheres são mais acentuadas quando as mulheres são mães.
No conjunto dos países da OCDE, no grupo entre os 25 e os 44 anos, a diferença salarial passa dos 7%, quando as mulheres não têm filhos, para os 22%, quando têm.
O relatório aponta também que as políticas de austeridade adotadas por alguns países OCDE para travar a crise económica e financeira podem "agravar ainda mais" a situação das mulheres no mercado de trabalho nos próximos anos.
"Em alguns países, a política de austeridade e o enfoque dos esforços no regresso ao mercado de trabalho de pessoas que estão sem emprego por causa da crise podem tornar a questão da igualdade entre homens e mulheres menos prioritária", refere o documento.
Sublinhando que o trabalho das mulheres é um fator de desenvolvimento económico, a OCDE estima que uma convergência total das taxas de atividade de homens e mulheres permita um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 12%, dentro de vinte anos.