Açoriano Oriental
Governo quer valorizar potencial do café na Região

Protocolo que visa reforçar o desenvolvimento da produção de café na Região foi assinado ontem pelo Governo Regional, Delta Cafés e APAC


Autor: Rafael Dutra/Nuno Martins Neves

O Governo Regional, a Delta Cafés e a Associação dos Produtores Açorianos de Café (APAC) assinaram ontem um protocolo de cooperação, com a duração de oito anos, para a experimentação de novas variedades, com o intuito de reforçar o desenvolvimento da produção de café na Região e valorizar o seu potencial.

Este protocolo dá continuidade a uma parceria desde 2019 entre as três entidades, e “refletiu um investimento na formação e qualificação dos cafeicultores dos Açores”, no âmbito de “perceber o melhor tipo de café adequado ao clima açoriano, e que culminou num estudo entregue no ano passado”, refere Rui Miguel Nabeiro, CEO da Delta, na ocasião.

O CEO da Delta afirmou ainda que com este protocolo de oito anos, dividido em sete fases, está a ser dado “mais um passo importante na história” da produção de café nos Açores. E, garante que se mantém o compromisso da Delta na manutenção e reforço do “apoio contínuo à comunidade de produtores de café”, tal como na contribuição para a “criação de valor social, ambiental e económico”.

Vai ser ainda dada continuidade ao estudo entregue no ano passado, iniciando a fase de experimentação na Região.

“Vamos desenvolver experimentação de novas variedades de café na Região, agregando valor à produção local”, realça, acrescentando que vai ser criado “um grupo estratégico de projetos que será fundamental na coordenação dos vários trabalhos no terreno”.

Por seu lado, o presidente da APAC, Luís Espínola, relembra que na Região até à data apenas são utilizadas duas variedades de café, que apesar de “estarem bem adaptadas aos nossos solos vulcânicos”, há outras condicionantes como os ventos intensos, a temperatura e a humidade, o que acaba por trazer “alguns desafios à nossa rentabilidade”.

Por esta razão, Luís Espínola quer com este estudo, e a experimentação que ocorrerá, saber quais as “melhores variedades [de café] para a nossa região”, tendo o objetivo de “otimizar a produção, sem nunca perder a singularidade do nosso produto e a qualidade que o nosso café tem”.

Já José Manuel Bolieiro enalteceu o “pioneirismo” dos produtores açorianos, a “capacidade produtiva“ e a “coragem”, de todos envolvidos no início deste processo, que não ficou indiferente às três entidades.

O presidente do Governo Regional afirmou ainda que a valorização do café açoriano não será feito através de quantidade, mas sim com base na vocação estratégica da “qualidade, distinção, diferenciação e o valor acrescentando”.

Neste sentido, Bolieiro reforça a importância do campo de experimentação em relação ao presente e futuro da produção de café, referindo que os Açores podem ser laboratórios de futuro.

“O desenvolvimento do presente e do futuro na estratégia dos Açores é com base na inovação, mas uma inovação resultante de investigação, de conhecimento, de novas tecnologias e da nossa condição laboratorial, pela dimensão que temos. E, a oportunidade de podermos ser laboratórios de futuro em várias áreas nos Açores, em cada uma das nossas ilhas e em todos os segmentos da capacidade produtiva”, salienta o líder do governo regional.

Recorde-se que a Delta Açores lançou o Impossible Coffee, o primeiro café totalmente português, café dos Açores, a 8 de outubro deste ano.
A Região conta ainda com pequenas produções de café, que inclusive estiveram exibidas na assinatura do protocolo, como o Coffee Cabana, da Terceira, o café da Fajã dos Vimes, de São Jorge, e o café Rifte das Flores.

Para Luís Espínola, presidente da associação que conta com mais de 70 associados em oito ilhas açorianas, é nestas marcas de café, e noutras que irão surgir “que está o presente e futuro da atividade económica do café nos Açores”, ressalva.


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