Autor: Lusa/AO Online
O presidente do PSD/Açores, Alexandre Gaudêncio, reuniu-se na quarta-feira com representantes dos trabalhadores da RIAC, um encontro não divulgado na agenda do partido, mas que mereceu hoje uma nota de imprensa dando conta de que foram escutadas "queixas e reivindicações" na reunião, solicitada pelos profissionais.
Posteriormente, contactado pela agência Lusa, o presidente da RIAC, Paulo Soares, assinalou não haver "nada de novo" a dizer aos trabalhadores sobre as reivindicações por uma carreira especial, que, diz o responsável, vai contra a Lei Geral de Trabalho em Funções Públicas.
"Essa pretensão vai contra a lei tendo em conta as funções que são desempenhadas por estes trabalhadores. Nem sequer é uma questão de boa ou má vontade, é uma questão legal", assinalou Paulo Soares.
Os trabalhadores da RIAC, sublinha o PSD/Açores, indicaram que "as suas funções têm sido desvalorizadas", com o Governo Regional a "não reconhecer as fragilidades de uma categoria profissional que tem a seu cargo mais de 800 serviços”.
Além disso, aponta Alexandre Gaudêncio, é “ausente e inconsequente a forma como a tutela tem gerido este conflito, sem mostrar uma abertura clara para negociar".
"Estará o Governo Regional disponível para de imediato encarar este problema, ouvir e negociar com os trabalhadores da RIAC?", questiona o líder social-democrata, para quem o executivo socialista "provavelmente só se lembrará destes profissionais quando chegarem as eleições" na região.
Em fevereiro, cerca de 40 trabalhadores da administração pública regional e autárquica concentraram-se junto à presidência do Governo dos Açores, em Ponta Delgada, reivindicando a "valorização profissional" dos funcionários da RIAC.
“Nos Açores há matérias específicas que justificam a paralisação. O assunto ainda não está resolvido, tem de haver negociação”, disse então Orlando Esteves, coordenador em Ponta Delgada do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP).
No ano passado, os trabalhadores da RIAC estiveram em greve em dois momentos distintos.
Para o presidente da direção da rede, "ninguém desvaloriza a importância nem a valia dos trabalhadores, não é isso que está em causa", mas os trabalhadores desempenham uma função de "atendimento ao público" e têm um "guião para cada um dos serviços que fazem"
"Se a reivindicação é a mesma, a posição do Governo Regional não pode mudar", prosseguiu ainda Paulo Soares, falando no pedido de uma carreira especial para estes trabalhadores.
A rede RIAC tem cerca de 130 trabalhadores espalhados pelas nove ilhas do arquipélago.