Autor: Nuno Martins Neves
O auditório do ExpoLab, na Lagoa, foi o local escolhido
para a apresentação da segunda edição do prémio Atlântico Júnior, uma
iniciativa conjunta da FLAD - Fundação Luso-Americana para o
Desenvolvimento e da Ciência Viva.
O prémio visa desafiar os jovens estudantes das escolas secundárias e de ensino profissional, públicas ou privadas, de Portugal Continental e das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, a criar um projeto no âmbito dos cinco tópicos da edição 2022/23: energias renováveis marinhas, robôs marinhos com sensores para medir variáveis como por exemplo salinidade, temperatura ou pH, embarcações inovadoras, tecnologias e processos que contribuam para eliminar ou mitigar a poluição marinha, e biotecnologia.
Presente na
apresentação, o diretor regional da Ciência e Tecnologia, Flávio Tiago,
expressou o orgulho de ter tido, na primeira edição, uma equipa de
alunos da Escola de Novas Tecnologias dos Açores como finalista da
primeira edição, com o AmazingROV, e que são atividades como estas que
“permitem-nos melhorar as nossas capacidades”.
Elsa Henriques,
administradora da FLAD, exortou os vários alunos presentes no auditório
do ExpoLab a participarem, considerando que projetos como os exigidos
pelo prémio Atlântico Júnior “podem incentivar os jovens a apostarem no
conhecimento, de uma forma mais prática e melhorar indicadores de
desenvolvimento”.
Algo que, diz, se torna uma necessidade quando os
Açores apresentam uma taxa de estudantes no ensino superior abaixo da
média nacional.
“Em Portugal, cerca de 40% dos alunos do ensino secundário ou profissional vão progredir para um qualquer grau de ensino superior. Nos Açores, este número cai para cerca de 10, 12%. Fiquei abismada com estes valores. Nós não conseguimos desenvolver os Açores sem alterar estes valores. Temos de os mudar”, afirmou.
O crescimento do turismo na Região “não ajuda a melhorar estes números”, assinala. “Pelo contrário, pois é fácil um aluno de 17 anos ser aliciado para ir trabalhar pelo salário mínimo, quando vive em casa dos pais, em vez de apostar no conhecimento e no seu futuro”.
Elsa Henriques destaca que os estudantes açorianos que participaram na edição do ano passado é um exemplo de “quem ficou com o ‘bichinho’” após ter participado no prémio Atlântico Júnior, pelo facto de terem continuado a desenvolver o projeto após a participação no prémio.