Autor: LUSA/AO online
Na quarta-feira, foi identificada na cidade uma concentração de partículas finas de 114 microgramas por metro cúbico, ou seja, o dobro do valor máximo, fixado em 50 microgramas – e que já foi ultrapassado em 69 dias desde o início deste ano.
Classificando a situação como “crítica”, o responsável local do Ambiente, Alberto Unia, instou “em particular os mais velhos, as crianças e as pessoas com doenças cardiorrespiratórias” a “ficarem o mais possível em locais fechados, evitando abrir as portas e as janelas”.
As “atividades físicas intensas e prolongadas no exterior” são desaconselhadas, e aqueles que precisam de se deslocar a pé ou de bicicleta são exortados a “fazê-lo num período o mais breve possível e longe das ruas com mais trânsito”.
A cidade também limitou a circulação de veículos a gasóleo, os mais poluentes.
Medidas semelhantes relativas aos veículos foram tomadas noutras cidades italianas, nomeadamente em Milão, onde a concentração de partículas finas se elevava na quinta-feira a 90 microgramas por metro cúbico.
O presidente da câmara da capital lombarda, Giuseppe Sala, defendeu que “para combater o ‘smog’ [poluição atmosférica somada a nevoeiro] são necessárias medidas estruturais partilhadas ao nível europeu”.
Tais níveis de poluição atmosférica são geralmente encontrados em dezembro e janeiro no norte da Itália que, pela sua geografia, favorece a acumulação de partículas.
Esta situação incomum nesta altura do ano foi sobretudo fomentada pela ausência de precipitação.
Na rede social Twitter, o astronauta italiano Paolo Nespoli publicou na quarta-feira uma foto na qual se vê uma grande nuvem negra sobre o norte de Itália, com o comentário: “O Vale do Pó há algumas horas: nevoeiro ou ‘smog’?”.
O ministro do Ambiente italiano, Luca Galletti, considerou o problema “muito complexo”, sublinhando que “afeta todas as grandes capitais” e não apenas Itália.
“Sou o primeiro a dizer que não tenho uma varinha mágica. Se tivesse, já a teria utilizado”, declarou, precisando quais as medidas nesse sentido, como o desenvolvimento de meios de transporte sustentáveis ou a incitação a utilizar sistemas de aquecimento mais eficazes.