Açoriano Oriental
Incêndios
Estado de contingência alargado até domingo, eventual prolongamento decidido nesse dia

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, anunciou que o país se mantém em estado de contingência até às 24:00 de domingo e que o eventual prolongamento desse estado será reavaliado nesse dia.

Estado de contingência alargado até domingo, eventual prolongamento decidido nesse dia

Autor: Lusa/AO Online

“Entendemos que tínhamos o dever de manter o mesmo grau de responsabilidade, o que significa manter o estado de contingência entre os dias 16 e 17”, disse José Luís Carneiro em conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O ministro adiantou que no domingo de manhã, após a reunião da ANEPC para fazer atualização de dados e uma avaliação do ponto de situação, que deve começar pelas 10h30, acontece uma reunião dos membros do Governo “para avaliar se o nível de contingência se deve manter para além de domingo ou se deve recuar no estado de alerta”.

O ministro da Administração Interna reuniu-se ao final da tarde na sede da ANEPC com os ministros da Defesa Nacional, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, da Saúde, do Ambiente e Ação Climática e da Agricultura e Alimentação, “para avaliação das medidas adotadas no âmbito da Declaração de Situação de Contingência e decisão sobre o seu prolongamento”.

O prolongamento, para já, por mais dois dias do estado de contingência, que já tinha sido avançado hoje de manhã pelo primeiro-ministro, António Costa, numa visita ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), justifica-se por fatores como as elevadas temperaturas, os baixos níveis de humidade, os ventos previstos e noites quentes, que não permitem um retorno a níveis de temperatura mais baixos, explicou o ministro.

Destacou, no entanto, a taxa de eficácia de cerca de 90% no combate a incêndios nos primeiros 90 minutos, sendo reduzida a percentagem dos que se transformam em grandes incêndios, adiantando que 89% dos fogos têm uma área ardida até um hectare.

O ministro sublinhou o reforço do dispositivo de combate este ano, com mais meios humanos, técnicos e financeiros, com cerca de 13 mil operacionais, 60 meios aéreos e mais de três mil equipas, e que “os meios de que o Estado dispõe estão todos em prontidão, todos mobilizados para enfrentar estes momentos tão difíceis”.

José Luís Carneiro referiu ainda que hoje foram “detidos em flagrante delito” dois incendiários, nos distritos do Porto e Setúbal, homens “na casa dos 50 anos”, que foram presentes às autoridades e aguardam o decurso processual.

Questionado sobre eventuais ajudas do Estado a pessoas afetadas pelos incêndios, que tenham perdido casas e bens agrícolas, José Luís Carneiro disse que este é ainda o momento de combate aos fogos.

“Haverá uma altura para avaliar os danos causados e depois para nos colocarmos em função dessa avaliação verificar em que termos é que podemos ir mais longe do ponto de vista do reconhecimento desses danos e como é que a administração central, regional e local poderemos contribuir para mitigar essas perdas”, disse.

Sobre as declarações de hoje do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a propósito da necessidade de reforço do estatuto dos bombeiros, o ministro da Administração Interna respondeu com o reforço do financiamento, inclusivamente para o fundo social dos bombeiros.

“É um percurso de valorização que tem vindo a ser desenvolvido ao longo dos últimos anos e que vai continuar porque temos bem a noção de que efetivamente os bombeiros constituem a coluna vertebral do sistema nacional de proteção civil”, disse.

Recordou ainda as recomendações emitidas pela comissão de avaliação aos incêndios de Pedrógão Grande, em 2017, a propósito de Marcelo Rebelo de Sousa ter justificado hoje a sua ausência dos locais onde decorrem os maiores incêndios.

“A comissão que avaliou os incêndios de Pedrógão Grande entendeu recomendar ao poder político que se evitasse a presença nos locais onde se operam os comandos distritais e locais, para evitar criar dificuldades a quem está no terreno a procurar ter toda a eficácia e eficiência possível. […] É uma recomendação que tomamos por boa recomendação”, disse o ministro.


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