Autor: Alexandra Baptista
A atualidade remete-nos para o isolamento e para a interioridade como
se não fossemos animais reflexivos ou introspetivos. Somos pessoas,
somos mamíferos e é da nossa natureza manifestarmo-nos nem que seja em
silêncio. Contrastando com os anos anteriores,
o dia de hoje no Campo de São Francisco encharca-se de solidão,
deixando apenas no silêncio o mote da partilha. Enquanto os carros vão
passando lentamente ao redor da praça algumas pessoas aparecem como
«salpicos» de cor numa tela por pintar, estabelecendo
entre si uma cumplicidade comovente, muitas depositam as suas
preces, flores ou velas à porta da Igreja com sentir de Esperança e
afastam-se sabiamente.