Açoriano Oriental
Chuva não evitou romaria a Ponta Delgada em Dia das Montras

Não faltaram montras decoradas a rigor, as pipocas e a animação. Infelizmente, também não faltou a chuva, que afastou algumas pessoas mas não evitou a romaria à baixa de Ponta Delgada, em Dia das Montras (Veja as imagens)




Autor: Nuno Martins Neves

Os guarda-chuvas foram adereço essencial das milhares de pessoas que, durante o final de tarde e o início da noite de ontem, dirigiram-se à baixa de Ponta Delgada para festejar o Dia das Montras. O 8 de dezembro, o primeiro sem qualquer tipo de restrição desde 2019, teve na chuva um convidado “chato” e intermitente, que acabou por afastar um pouco as pessoas.

Ainda assim, a tradicional romaria pelas artérias da maior cidade dos Açores fez-se, iluminada pelas luzes de Natal e pelas montras decoradas, alusivas à quadra festiva.
Das melancias esculpidas da Frutaria de São Miguel ao presépio “desenhado” pelas lombadas dos livros da livraria Letras Lavadas, a inspiração dos 27 lojistas que participaram no tradicional concurso promovido pela Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (ver caixa) foi grande.

A animação promovida pela Câmara Municipal de Ponta Delgada, deu um tom diferente e alegre às ruas, com vários espetáculos musicais um pouco por todo o lado, com o cheiro a pipoca, cachorro-quente e bifana a inebriar quem resistiu à intermitente chuva.

No Largo Visconde Bensaúde, Hermano Pereira ia adoçando a boca aos miúdos e graúdos que passeavam pelas ruas de Ponta Delgada. Presença assídua no Dia das Montras, este capelense de 56 anos que reside atualmente em Rabo de Peixe vem desde que é criança. “Há 44 anos que venho, sempre a trabalhar, a ajudar os meus pais na venda de pipocas”, confidencia, enquanto vai enchendo um saco de pipocas com caramelo. Depois de ajudar os pais no negócio, aventurou-se por sua conta quando casou.
Sobre o dia, confessa que a chuva não estava a ajudar. “A esta hora [18h00], no ano passado estava mais gente. Mas vai sempre ‘pingando’ alguma coisa, antes pouco que nada”, refere.

Um pouco mais à frente, e já no começo da noite (20h00), no palco montado em frente à loja de roupa Londrina, uma cara conhecida dançava ao som do Grupo Folclórico de São Miguel: Carlos Sá despiu por instantes o fato de empresário e deu ao pé para animar a noite e animar-se a si próprio.

“Gosto do que faço, sempre gostei de folclore desde criança, das nossas tradições e deste convívio. Ésaudável”, confessou. Mais do que ser para dinamizar o comércio, “foi para divertir-me”, diz o empresário.

Sobre o Dia das Montras, Carlos Sá faz um balanço positivo, mesmo com a chuva que apareceu sem ser convidada. “A nível de negócio, felizmente tem corrido bem”, diz, enquanto bate na madeira, não vá a sorte atraiçoá-lo.

“Se está bom tempo, não tenho medo do comércio de grandes superfícies. Comprar um casaco no comércio tradicional é diferente, o cuidado que damos é diferente”, atira.

À porta da Londrina, um Pai Natal vai chamando os mais novos, enquanto o homem-estátua vai pregando uns sustos aos graúdos. Um investimento que o lojista diz que é “uma mais-valia” para chamar mais clientes. “Felizmente tenho uma equipa que trabalha e veste a camisola”, reconhece o comerciante.

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