Açoriano Oriental
Cerca de 100 países discutem alargamento de áreas marinhas protegidas
Representantes de cerca de 100 países reúnem-se durante esta semana em França numa tentativa de reanimar esforços para que até 2020 pelo menos 10% dos oceanos e zonas costeiras sejam declarados área protegidas, contra os atuais 3%.
Cerca de 100 países discutem alargamento de áreas marinhas protegidas

Autor: Lusa/AO online

O 3.º Congresso Internacional sobre Áreas Marinha Protegidas reúne entre hoje e sexta-feira em Marselha, sul de França, especialistas e representantes governamentais de uma centena de países, em preparação para uma cimeira ministerial de cerca de 30 países a realizar durante o fim-de-semana em Ajaccio, capital da ilha francesa da Córsega.

De acordo com informação divulgada pelo Ministério do Ambiente francês, da cimeira ministerial "poderão sair anúncios sobre a criação de novas áreas marinhas protegidas".

O ministério francês, que organiza o congresso, adiantou em comunicado que à taxa atual de criação de áreas protegidas, o objetivo global dos 10%, definido há três anos, "demorará um século a alcançar" e defendeu a necessidade de acelerar o processo.

O congresso irá também debater o estatuto legal das águas oceânicas consideradas "alto mar", que corresponde a mais de 60% da superfície dos oceanos e a cerca de metade da superfície do planeta, mas está aberta, por falta de enquadramento legal, a todo o tipo de práticas nocivas e insustentáveis, desde atos de poluição a pesca destrutiva.

Os oceanos cobrem cerca de três quartos da superfície da Terra e geram cerca de metade do oxigénio do planeta, mas relatórios científicos internacionais indicam que a degradação dos oceanos, através da subida da temperatura, acidificação das águas e perda de oxigénio, está a ser mais acelerada que o estimado anteriormente.

Um estudo publicado em 16 de outubro na revista científica PLOS Biology, que teve a participação da portuguesa Teresa Amaro, do Instituto Norueguês de Investigação da Água, indica que "entre 470 e 870 milhões de pessoas pobres em todo o mundo dependem do oceano para a alimentação, emprego ou rendimento e vivem em países em que as atividades relacionadas com o oceano podem estar em causa pelas várias alterações bioquímicas do mar".

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