Autor: AO Online
Tem acompanhado este período eleitoral nos Açores?
Sigo-o na medida das minhas possibilidades: as que a comunicação social do continente nos vai facilitando diariamente. À parte isso, digo que me interessa muito a atualidade social, económica e cultural dos Açores. Não poderia, aliás, deixar de ser assim, com alguém, como eu, que dedicou parte da vida a ensaiar pontes e caminhos literários entre a Região e o todo nacional.
Que opinião tem sobre a atual situação política?
Julgo que estamos perante um nó górdio difícil de desatar, pelas razões que se conhecem. Os Açorianos têm a palavra, agora nas urnas e num momento decisivo para o seu próximo futuro. Com os meus amigos Joel Neto e José Henrique Ornelas, nós tornámos público um Manifesto a denunciar as condições penosas do atraso da vida açoriana menos protegida. Fizemos-lo na nossa condição de insulares.
Quem gostaria que vencesse as eleições?
Não sou filiado em nenhum partido político. Digo-o sem arrogância, também por julgar que a minha independência partidária me confere liberdade de ser e de pensar em paralelo e em simultâneo com a ação política dos outros. Mas não é segredo a minha vinculação de sempre ao País de abril, ao qual devemos a nossa Autonomia.
Qual deve ser a prioridade da governação nos próximos quatro anos?
As notícias são cada vez mais terríveis: anunciou-se que a Região não se basta a si própria, sequer em matéria de encargos com os seus serviços públicos; e que a dívida externa aumenta cada dia. A meu ver, impõe-se um “choque desenvolvimentista” geral: produtivo, sim, mas também tecnológico, social, educativo e cultural, que impulsione a vida das pessoas para uma via de libertação económica e progressiva. Falar é fácil, eu sei. Mas o silêncio não é linguagem!