Açoriano Oriental
AICOPA regista aumento de 34% do valor de investimento de obras públicas

Construção civil verificou, até setembro deste ano, um volume de trabalho de 178 milhões de euros, mais 34% que no período homólogo

AICOPA regista aumento de 34% do valor de investimento de obras públicas

Autor: Carolina Moreira

A direção da AICOPA - Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas dos Açores faz um balanço positivo, até ao momento, do ano de 2022 para o setor, apontando a evolução de alguns indicadores em que ainda não é visível o impacto da atual conjuntura económica associada à “guerra na Ucrânia, inflação, subida das taxas de juro ou dificuldades nas cadeias de abastecimento”.

“À data de setembro, e em termos acumulados, o volume de trabalho na construção civil cifra-se em 178 milhões de euros (ME), sendo 109 ME resultante de concursos públicos e 69 ME de ajustes diretos. Quando comparado com o homólogo, e em volume total, 2022 cresce cerca de 34% em trabalho”, ou seja, em valor de investimento em obras públicas, salienta a AICOPA em comunicado, alertando contudo para o facto de “este crescimento ocorrer sobretudo por via dos ajustes diretos e não dos concursos públicos”.

A associação dos industriais da construção civil prevê que o ano de 2022 termine com um “volume de trabalho global de 237 ME”, um valor “muito acima do fecho de 2021 [141,5 ME] e próximo de 2020 [247 ME]”.

“Tal leva-nos a crer que, apesar de todo o contexto económico, 2022 ainda será um bom ano em termos de trabalho. No entanto, tal não alivia as nossas preocupações face a 2023 que poderá vir a ser um ano mais difícil”, ressalva a associação em nota.

Numa análise global, a AICOPA aponta outros indicadores como o consumo de cimento que, em agosto, se fixou na ordem “das cerca de 104 mil toneladas, mas ligeiramente abaixo do período homólogo”.

Já as licenças de obras para fogos cresceram “novamente” em julho face aos últimos dois anos, enquanto as licenças de obras para edifícios sofreram uma “ligeira quebra”.
Outro indicador apontado pela AICOPA em comunicado está associado ao número de trabalhadores existente no setor da construção civil, em oposição à taxa de desemprego verificada na Região.

Segundo os dados da associação, apesar da taxa de desemprego estar a diminuir nos Açores, o número de trabalhadores que têm abandonado a construção civil tem aumentado. “A mão-de-obra desempregada tem vindo a ser absorvida no mercado, mas não pela construção civil, onde continua a haver efetivos a abandonar o setor”, destaca a AICOPA.

Após a análise dos indicadores, a associação conclui que, “para já, e apesar das dificuldades, o setor da construção civil não tem sido muito beliscado”, associando esta realidade à “capacidade de reajuste que as empresas do nosso setor foram ganhando com as crises económicas passadas e do bom clima que se vivia até finais de 2021 e mesmo no primeiro mês e meio do ano corrente”.

Perspetivando já o próximo ano de 2023, a AICOPA alerta no entanto que “não vivemos momentos de euforia nem nos podemos deslumbrar”.

“Aquilo que mais ouvimos da parte dos especialistas é que vem aí uma grande recessão e, se assim for, temos de ter a capacidade de nos reajustarmos àquilo que essa situação trará de bom e de mau e à postura do nosso governo, quer regional quer central, no combate a essa recessão. Há que continuar a lutar diariamente pelo nosso setor e procurar soluções construtivas para os desafios que o mesmo enfrenta”, apela a AICOPA.


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