Açoriano Oriental
Pequim 2008
Activistas pro-Tibete detidos junto ao Estádio Olímpico
Activistas dos direitos humanos foram hoje detidos pela polícia chinesa junto ao Estádio Olímpico de Pequim, após exibirem uma bandeira do Tibete, no quarto incidente do género registado desde o início de Agosto.

Autor: Lusa / AO Online
    Os quatro activistas conseguiram iludir a vigilância de polícias à civil e apenas, já depois da meia-noite, três deles ergueram os punhos e gritaram “Tibete livre”, exibindo a bandeira tibetana, disse a Organização Não Governamental (ONG) norte-americana “Estudante por um Tibete Livre”.

    O quarto elemento observava o protesto junto aos restantes, mas foram todos detidos de imediato pela polícia chinesa e transportados numa carrinha para local desconhecido, pelos agentes da autoridade.

    Os protestantes eram os norte-americanos Jeremy Wells (38 anos) e John Watterberg (30), a britânica Mandie McKeown (41) e o tibetano-germânico Florien Norbu Gyanatshang.

    Desde 05 de Agosto, três dias antes de abertura oficial dos Jogos Olímpicos, foram detidos em Pequim 47 activistas pró-Tibete, em protestos que o governo chinês considera serem “ingerências nos assuntos internos do país”. Desse número, já foram repatriados 37.

    Quarta-feira, a polícia deteve também o artista de grafitti James Powderly, que pretendia escrever com um laser as palavras “Tibete Livre”.

    No comunicado divulgado hoje, a ONG indicou que a acção realizada pelos quatro activistas “simboliza a determinação do povo tibetano para conseguir a liberdade e a justiça para seis milhões de tibetanos que vivem sob o regime brutal do governo chinês”.

    Apesar de as autoridades chineses se terem comprometido a melhorar a liberdade de imprensa e expressão, foi ainda conhecido o caso de duas septuagenárias (Wu Dianyuan, 79 anos, e Wang Xiuyng, de 77) condenadas a “reeducação num campo de trabalho” por terem pedido autorização para se manifestarem nas zonas para isso definidas em Pequim.

    Há ainda notícias de outros nove casos similares, denunciados por grupos de defesa dos direitos humanos, em que pessoas se encontram sob vigilância policial. O gabinete de Segurança Pública de Pequim recebeu 77 pedidos de manifestação, mas nenhum foi aceite.
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