Açoriano Oriental
Açores associam-se às comemorações das Jornadas Europeias do Património


A Região Autónoma dos Açores associa-se às comemorações das Jornadas Europeias do Património 2017, este ano subordinadas ao tema Património e Natureza, com a realização de um programa de atividades, que se desenrolarão nos dias 21, 22, 23 e 24 de setembro, revelou o executivo regional.

Açores associam-se às comemorações das Jornadas Europeias do Património

Autor: Ana Carvalho Melo


O Museu Carlos Machado promove, neste âmbito, diversas iniciativas, que decorrerão em Ponta Delgada, no dia 21, na Seara nas Sete Cidades, nos dias 22 e 23, e nos Fenais da Luz, no dia 24. No dia 21 de setembro, quinta-feira, pelas 21h30, no 9500 Cine Clube, decorrerá, com entrada livre, a apresentação pública da curta-metragem de André Laranjinha, intitulada Muros de Pedra.


Numa coprodução Alice’s House e Museu Carlos Machado, este filme é um olhar subjetivo sobre a arte de construir em pedra, tanto na sua dimensão de empreendimento e engenho humanos, como na dimensão da essência material das pedras, que é também a essência da própria ilha: lava.


No dia seguinte, 22, sexta-feira, das 10h30 às 16h00, terá lugar uma colheita manual de chá nas plantações de chá Seara, nas Sete Cidades. No início do século XX, provavelmente por volta de 1920, no lugar da Seara, Sete Cidades, propriedade dos herdeiros de José Maria Álvares Cabral (1911-1989) existiu uma oficina de chá preto, o Chá Seara. Ainda hoje subsistem o edifício desta pequena oficina e algumas dezenas de arbustos da planta do chá – Camellia sinensis, que correm o risco de desaparecer.


Tendo em conta esta realidade, num primeiro momento, os participantes irão proceder à colheita manual do chá e ao murchamento da folha. Destinada ao público em geral, esta atividade sujeita a inscrição prévia, com custo associado, terá como local de realização e ponto de encontro a plantação de chá Seara, Sete Cidades.


A 23, sábado, das 10h30 às 17h00, decorrerá uma Oficina de produção de chá Seara - Sete Cidades. Após a colheita e o murchamento do chá, num segundo momento, proceder-se-á à rolagem manual do chá, à oxidação e à secagem das folhas. Em seguida terá lugar a seleção e respetivo empacotamento, terminando esta atividade com a degustação do chá, que será realizado na loja Eco-Atlântida.


Destinada ao público em geral, esta atividade está sujeita a inscrição prévia, com custo associado. Para mais informações e inscrições contactar a equipa PCI do Museu Carlos Machado através do tel. 296202930 ou do endereço [email protected]. Ambas as atividades contam com a parceria e apoio da Junta de Freguesia de Sete Cidades, da Cresaçor, dos herdeiros de José Maria Álvares Cabral e dos Serviços de Desenvolvimento Agrário da Ilha de S. Miguel.


Ainda dia 24, das 15h00 às 18h30, terá lugar a realização de uma Rota patrimonial pelos Fenais da Luz. Neste percurso pedestre, com início junto à Ermida de São Pedro e conclusão com visita guiada ao Núcleo Museológico dos Fenais da Luz, os participantes nesta iniciativa terão a oportunidade de conhecer e fruir a paisagem natural da zona litoral, entre outros aspetos significativos do património desta localidade. Esta é uma atividade gratuita, mas sujeita a inscrição prévia.


Por seu turno, o Museu de Santa Maria apresenta, de 22 a 24 de setembro, a exposição intitulada “Monumentos e Natureza”, que se destina ao público em geral, e onde serão realçados aspetos da aliança entre o mundo natural e o património construído, por vezes inserido em paisagens com intervenção humana.


Também o Museu de Angra do Heroísmo se associa a esta comemoração, onde terá lugar, a 23 de setembro, uma oficina de Tinturaria Vegetal, que será orientada pela formadora Guida Fonseca. Nessa atividade, recordar-se-á a importância da exportação do pastel e da urzela na economia açoriana, nos séculos XV e XVI, serão explicados os princípios básicos da tinturaria tradicional com corantes vegetais e realizados tingimentos com plantas tintureiras, recorrendo a diferentes fibras naturais.


A atividade decorre mediante inscrição e destina-se a 15 formandos adultos.


Por sua vez, o Museu da Graciosa concretizará, a 22 de setembro, das 9h30 às 12h30, e para alunos do 2.º e 3.º ciclos da Escola Secundária da Graciosa, a atividade “O Museu vai à Escola”, com a realização da mostra fotográfica “A Festa do Divino na Ilha Graciosa”.


Também no dia 22, mas no Museu Francisco de Lacerda, terá lugar uma oficina de recolha e identificação de sementes, destinada ao público pré-escolar e aos alunos do 1.º e do 2.º ciclos. Nesta oficina, os participantes poderão conhecer sementes utilizadas localmente – descobrir quais são, de onde vêm, o que produzem, quando são lançadas à terra – por aqueles que ainda as guardam de ano para ano. Visa-se o contacto com a natureza, alertar para a importância das sementes locais, a complexa história que encerram, sensibilizando para diferentes manifestações do nosso património.


No dia seguinte, 23 de setembro, em vários locais da vila da Calheta e destinada a jovens com mais de 12 anos e adultos, decorrerá uma Oficina de Desenho ao Ar Livre. Nesta segunda oficina promovida pelo Museu propõe-se um passeio pela Vila e a criação de desenhos que recontam histórias do património jorgense.


No Museu do Pico decorrerá, ainda a 22, no Museu da Indústria Baleeira, a iniciativa intitulada “Património e Natureza: vamos vigiar as baleias!”, que se destina ao público pré-escolar.


Finalmente, o Museu das Flores organiza a 23 de setembro e destinado ao público em geral, um percurso pedestre à Tapada das Ovelhas, na Fazenda de Santa Cruz, último reduto da criação destes animais nas Flores.


De acordo com a Direção-Geral do Património Cultural, o tema das Jornadas Europeias do Património 2017, pretende chamar a atenção para a importância da relação entre as pessoas, as comunidades, os lugares e a sua História, mostrando como o património e a natureza se cruzam nas suas diferentes expressões - mais urbanas ou mais rurais - e para a necessidade de preservar e valorizar esta relação, fundamental para a qualidade da vida, para a qualificação do território e para o reforço de identidades.

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