Autor: Lusa/AO Online
O mandatário da gerência da Grafimadeira, Sidónio Castro, afirmou que os ordenados e subsídios em atraso se devem ao facto de a empresa, à semelhança de outras pequenas e médias unidades, “não ter financiamento da banca, o que prejudica, gravemente, a aquisição de matérias primas que têm que ser pagas, a maior parte dos casos, a pronto, caso contrário a empresa não pode trabalhar”.
“Não tem nenhuma espécie de financiamento, apesar de a banca ter apoios do Estado para a sua recapitalização”, declarou, referindo que em 2009 ou 2010 esse financiamento acontecia.
Sidónio Castro acrescentou que outro problema é o “pagamento por parte das empresas e entidades se prolongar no tempo, salvo uma ou outra exceção”.
O Sindicato das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente anunciou hoje que, “apesar do elevado volume de encomendas, que tem obrigado a empresa Grafimadeira a usar, muitas vezes, vários turnos para satisfazer a clientela, eis que os trabalhadores têm dois salários em atraso (junho e julho), assim como o subsídio de férias do ano transato e do ano corrente”.
O sindicato sustenta que esta situação está a causar aos trabalhadores “um verdadeiro pesadelo para satisfazer os seus compromissos”.
Sidónio Castro garantiu que “o trabalho tem sido mais ou menos constante, o que aparece são solicitações para responder em mais curto prazo, o que obriga a um esforço em menor tempo”.
“Na próxima segunda-feira tencionamos pagar entre 50 a 75 por cento do salário de junho e temos em perspetiva, até ao fim de agosto, regularizar o resto do mês”, disse o mandatário da gerência da Grafimadeira, explicando que, “se entrar dinheiro na empresa, isto concretiza-se”.
Assegurando que a empresa “tem feito um esforço tremendo para ir regularizando as coisas a pouco e pouco”, Sidónio Castro exemplificou que “existem dívidas de empresas públicas, subsidiadas pelo Estado, à gráfica, algumas das quais em contencioso, que dariam para regularizar por completo os salários em atraso”.
Sidónio Castro referiu que esta é uma “situação passageira” e que “não se perspetiva despedimento de trabalhadores”, lamentando que o sindicato não tenha reunido com a empresa.
À Lusa, a coordenadora das delegações sindicais na Madeira, Maria José Fonseca, revelou que aconselha os trabalhadores sindicalizados “a preparar uma greve”, porque “ninguém pode viver com salários em atraso”.