Os Registos do Senhor Santo Cristo dos Milagres são o segundo produto artesanal dos Açores certificado como Indicação Geográfica, após esta certificação ter sido atribuída às Violas da Terra.
Hoje será realizada a cerimónia de certificação da Indicação Geográfica (IG) dos Registos do Santo Cristo, um processo desencadeado pela Secretaria Regional da Juventude, Habitação e Emprego, através do Centro de Artesanato e Design dos Açores (CADA).
Ao Açoriano Oriental, Maria João Carreiro, que tutela o artesanato, revelou que esta certificação permite, entre outras oportunidades, distinguir, no mercado nacional e internacional, a qualidade e a identidade dos nossos produtos com o selo IG.
“A Indicação Geográfica é um selo de qualidade e de origem. Quer isto dizer que certifica e comprova a ligação única entre a produção artesanal e o seu território, com tudo o que isto significa de proteção da técnica, dos saberes e das práticas, da autenticidade, da dedicação e do profundo conhecimento de um ofício que tem nas nossas artesãs as guardiãs de uma tradição e excelência seculares”, explica.
E, nesse
sentido, a governante realça que a certificação dos Registos do Senhor
Santo Cristo dos Milagres “constitui um marco importante no
reconhecimento e na valorização de uma das produções artesanais mais
emblemáticas da ilha de São Miguel e que fazem parte do nosso património
identitário, cultural e religioso”.
As primeiras artesãs a receber o
selo de certificação da IG são: Maria Luísa Benevides, Fátima
Rodrigues, Maria da Graça Bastos, Clementina Vieira Botelho, Lurdes
Pereira, Gabriela Correia, Maria da Paixão Resendes, Maria da Saudade
Riley, Manuela Linhares e a Cooperativa Nossa Senhora da Paz.
“É
importante que as artesãs possam tirar partido desta certificação, que
nos orgulha e renova a responsabilidade com a garantia da qualidade e
com o respeito pelas características únicas de uma produção artesanal
que tem um valor histórico e patrimonial únicos”, refere.
Para Maria João Carreiro, o processo de certificação IG de produtos de artesanato é mais um passo para estimular esta atividade.
“A aproximação do artesanato a novos segmentos de mercado ou o estímulo ao diálogo entre a produção artesanal e outros setores de atividade, como o turismo, ganha agora nova força com o acesso do Artesanato dos Açores à certificação IG, na qual já integrámos, em 2024, a primeira produção artesanal com certificação IG, as Violas da Terra dos Açores”, destaca.
Nesse contexto, realça que esta certificação IG acontece numa altura em que o Artesanato dos Açores está a viver uma das suas melhores fases e a percorrer um caminho de afirmação interna e externa das produções artesanais.
“O Artesanato, nos Açores, está a viver uma das suas melhores fases”, afirma, realçando: “Estamos a colocar o artesanato onde ele deve estar: com as pessoas, em diálogo com a inovação e com o território”, garante.
As Violas da Terra dos Açores foram o primeiro produto de construção artesanal da Região entre as produções artesanais portuguesas com Indicação Geográfica, com produção reconhecida no espaço do território nacional e europeu.
Sendo que Maria João Carreiro
anuncia que irá continuar “empenhada em elevar o Artesanato dos Açores,
as suas artes e ofícios, o seu valor patrimonial, aos melhores patamares
de valorização, reconhecimento e comercialização”.
