Açoriano Oriental
Vasco Cordeiro defende parcerias internacionais para controlo da plataforma continental
O presidente do Governo dos Açores defendeu hoje a celebração de parcerias internacionais como forma de assegurar um controlo efetivo sobre a extensão da plataforma continental, face às dificuldades com que o país se confronta
Vasco Cordeiro defende parcerias internacionais para controlo da plataforma continental

Autor: LUSA/AO online

"E se no momento presente, e se sobretudo no momento presente, existem condicionalismos que dificultam ou impedem que o país, de forma autónoma, possa dispor desses meios, então o único caminho possível é o da construção de alianças e parcerias a nível internacional para que, através delas, se garantam, também, os interesses da região e do país”, declarou Vasco Cordeiro.

O chefe do executivo açoriano falava em Ponta Delgada, na assinatura de dois protocolos entre os governos regional e da República relativos ao Dia da Defesa Nacional.

Vasco Cordeiro frisou que “de pouco ou nada valerá a vitória moral de se ter conseguido a extensão da plataforma continental, se o Estado português não criar as condições para que essa não seja, de facto, uma área sem lei, sem dono e sem garante”.

O líder do Governo açoriano afirmou compreender as dificuldades do Estado em cumprir as suas “funções clássicas”, mas salvaguardou que esta compreensão não pode "inibir" de "pugnar sempre pelo reforço de meios” que permitam às Forças Armadas desempenhar o seu papel em “condições adequadas”.

Vasco Cordeiro considerou, por outro lado, que a vinda para os Açores do navio patrulha oceânico “Figueira da Foz”, embora seja considerada “positiva”, uma vez que é um meio naval mais moderno, “não pode iludir a necessidade de uma abordagem mais profunda, mais estruturada e, porventura, mais estratégica a esta questão”.

O presidente do executivo açoriano, que elogiou o papel das Forças Armadas nos Açores, referiu que, de 2011 a 2013, a Força Aérea realizou cerca de 600 evacuações médicas na região.

A secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, por seu turno, questionada pelos jornalistas, revelou que o Ministério da Defesa, no que concerne ao alargamento da plataforma continental, “já está a trabalhar neste sentido” através da revisão da Lei de Programação Militar, “tendo em conta as novas necessidades de investimento" para "as novas competências" que serão "atribuídas” ao país.

“Já tive a oportunidade de dizer ao senhor presidente do Governo Regional que hoje estamos a utilizar outros meios, bem mais sofisticados ao nível da vigilância, desde os veículos não tripulados aéreos, bem como aos veículos não tripulados submersos, para além dos próprios satélites”, declarou Berta Cabral.

A secretária de Estado referiu, por outro lado, que estes meios mais sofisticados podem também ser afetos à subzona dos Açores da Zona Económica Exclusiva (ZEE), tal como acontecerá com a extensão da plataforma continental.

Berta Cabral declarou ainda que o Estado possui meios humanos para as chamadas evacuações médicas nos Açores, mas reconheceu que existe uma “dificuldade pontual de pilotos”, o que acontece não apenas na Força Aérea, mas também na SATA, TAP e outras companhias áreas europeias, uma vez que outras transportadoras emergentes têm recrutado “muitos pilotos” nacionais.

Nos Açores, só há hospital em três das nove ilhas, sendo a Força Aérea que assegura o transporte de emergência entre ilhas.

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