Autor: Susete Rodrigues/AO Online
Na mais pequena ilha dos Açores a população acompanha a situação do novo coronavírus com muita atenção e tem seguido todas as medidas anunciadas pela Autoridade de Saúde Regional e pelo estado de emergência.
José Manuel Silva, presidente da Câmara Municipal do
Corvo, refere que desde cedo que a Comissão Municipal de Proteção Civil
tomou algumas providências: “Fechámos logo os cafés e os restaurantes, o
comércio reduziu o seu horário e limitámos o acesso ao interior dos
estabelecimentos. Só é permitido quatro pessoas nos dois maiores
comércios da ilha, duas pessoas nos restantes, a farmácia e a padaria só
permite uma pessoa de cada vez e as pessoas têm respeitado. Só saem
para o que é indispensável e depois regressam a casa”.
A população
do Corvo vê esta situação com “alguma apreensão. Obviamente que um caso
positivo na ilha do Corvo poderá ser o despoletar de uma situação
dramática dada à nossa proximidade. Estamos todos aqui à volta, as casas
são muito próximas umas da outras, não há hipótese de irmos a outra
padaria porque só existe uma”, afirmou o autarca sublinhando que as
“recomendações são para que fiquem em casa, principalmente os idosos” e,
nessa matéria, a autarquia teve o cuidado “de alertar as pessoas com
filhos para que não deixassem as crianças em casa dos avós”. Já com o
encerramento da escola, “encerrámos também alguns espaços em que as
crianças poderiam ir como o pavilhão, o parque infantil e a praia”.
O Corvo tem três pessoas em vigilância ativa pela Autoridade de Saúde Regional e “estão em isolamento em casa.São três pessoas que passaram por Lisboa e tiveram todo o cuidado quando cá chegaram. Na próxima segunda-feira faz duas semanas que essas pessoas chegaram à ilha e até ao momento nenhuma delas tem sintomas”, refere José Manuel Silva.
Há mais de uma semana que ninguém entra ou sai da ilha, mas ainda assim, o autarca teme que os “voos comerciais de passageiros regressam e a importação de algum caso se possa alastrar aqui à ilha. Enquanto estivermos sem passageiros penso que estamos seguros, mas temos algumas pessoas fora. Já estavam antes dessa situação começar, estavam em consultas médicas em outras ilhas e foram apanhados com estas medidas”. Nesse sentido, José Manuel Silva deixa um alerta para que haja bom senso, pese embora perceber que queiram voltar à sua ilha: “Percebo que seja complicado e que cause transtorno, mas nesta altura temos que pensar nos mais ou menos 400 habitantes que cá estão. Toda essa situação é má, todos os casos positivos nos Açores são maus, mas um caso positivo no Corvo seria muito mau”.