Francisco César apontou o que considera “sinais evidentes de desequilíbrio financeiro”, como um défice anual “superior a 250 milhões de euros e uma despesa corrente em que saúde e educação representam mais de 74%”.
O dirigente do maior partido da oposição intervinha no sábado na iniciativa Café Açores–Europa, promovida pelo eurodeputado socialista André Rodrigues, que decorreu em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.
“Isto significa que o modelo de desenvolvimento que estamos a seguir não é sustentável. Não daqui a dois ou três anos. Já não é sustentável hoje”, afirmou, citado em nota de imprensa.
Para o socialista, o problema não se resolve apenas com mais transferências da República, defendendo que a região “produz pouco” e que é necessário “gerar mais riqueza para sustentar políticas públicas eficazes e duradouras”.
César criticou a “leitura triunfalista” dos indicadores da pobreza, lembrando que a sua melhoria estatística resulta, “em parte, da alteração dos critérios, com a inclusão de apoios sociais como o Rendimento Social de Inserção".
O dirigente defendeu reformas na saúde, educação, agricultura, pescas e administração pública, sublinhando a importância de modernizar o Serviço Regional de Saúde.
Apontou o risco de “investimentos avultados sem sustentabilidade financeira” e defendeu uma “aposta clara na qualificação, educação e modernização, em articulação com a República e com uma visão de médio e longo prazo”.
“Não podemos fazer sempre o mesmo e esperar resultados diferentes. Há medidas que se esgotaram e políticas que já não respondem aos desafios atuais”, disse.
PS/Açores diz que modelo de desenvolvimento "não é sustentável”
O líder dos socialistas açorianos considerou que o modelo de desenvolvimento dos Açores “não é sustentável”, afirmando que é necessário gerar mais riqueza para sustentar políticas públicas “eficazes e duradouras”.
Autor: Lusa
