Em comunicado, a direção da Câmara do Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH) diz que "tomou conhecimento do anúncio da SATA Air Açores relativo ao reforço de cerca de 1.000 lugares e 15 rotações adicionais na ligação Ponta Delgada-Terceira-Ponta Delgada" e considera que a medida está "longe de representar uma solução estrutural para a mobilidade aérea da ilha Terceira".
A direção da CCIAH defende que se trata de "uma estratégia deliberada de centralização da operação aérea em Ponta Delgada", na ilha de São Miguel, com "consequências gravemente negativas para a companhia, para a economia terceirense e para o equilíbrio do desenvolvimento regional".
"Os dados técnicos disponíveis demonstram de forma inequívoca que a opção por reforçar neste Natal exclusivamente a operação via Ponta Delgada, em detrimento de voos diretos ao continente, destrói valor económico no próprio grupo SATA", lê-se na nota da Câmara do Comércio.
No entendimento da CCIAH, "desde os governos do Partido Socialista, em que foram retiradas as aeronaves da SATA Air Açores que pernoitavam na ilha Terceira, nunca a ilha tinha sido alvo de um ataque tão profundo, continuado e estrutural ao seu desenvolvimento económico e à sua competitividade externa".
Segundo a estrutura empresarial, o reforço da operação exclusivamente via Ponta Delgada, em detrimento de voos diretos ao continente, é “economicamente irracional” e está a “destruir valor” no próprio grupo SATA.
Além do impacto na companhia, a CCIAH estima que "a ausência de voos diretos adicionais" tenha impedido a deslocação de "entre 440 e 640 passageiros num período crítico", traduzindo-se "numa perda económica estimada entre 400.000 euros e 580.000 euros para a economia da ilha Terceira, afetando diretamente a hotelaria, restauração, comércio, aluguer de viaturas e serviços".
A Câmara do Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo afirma que "não pede privilégios", mas exige "equidade territorial, racionalidade económica e responsabilidade política".
"Os empresários da ilha Terceira continuarão a trabalhar e a investir. Mas não aceitarão, em silêncio, decisões políticas que limitam deliberadamente a mobilidade, destroem competitividade e comprometem o futuro da região", sublinha.
