A investigação da Polícia de Segurança Pública da Ribeira Grande permitiu identificar e deter os doze arguidos deste processo, acusados de traficar droga entre os anos de 2003 a 2008, numa zona nobre da cidade da Ribeira Grande.

Entre os detidos, cinco estão actualmente sujeitos à medida de coacção de prisão domiciliária, um está a cumprir uma pena efectiva de 1 ano e 8 meses, devido a outro processo, enquanto os restantes estão em liberdade.

Na primeira audiência de julgamento, nove dos arguidos confessaram traficar droga nas traseiras da autarquia da Ribeira Grande, enquanto três dos arguidos negaram os factos descritos na acusação do Ministério Público.

Os homens com idades compreendidas entre os 20 e 40 anos, estão quase todos no desemprego e referiram que "traficavam para terem droga para consumir", fazendo referência que "desta forma não estavam a roubar ou a matar ninguém".

Entre os arguidos a maioria referiu estar a cumprir um programa de desintoxicação ou já ter cumprido um programa de desintoxicação, no passado.

Curiosamente, um jovem que não está a participar em nenhum programa de desintoxicação solicitou ajuda ao tribunal para iniciar tratamento, porque as instituições estão com listas de espera e, segundo avançou o arguido, atribuem prioridade aos casos indicados pelo tribunal.

As quantidades de droga apreendidas pelos investigadores da PSP durante este processo são reduzidas, porque se trata de tráfico de estupefaciente de venda directa ao consumidor.

No entanto, a prova da prática dos crimes está sustentada nas vigilâncias efectuadas pela polícia, que permitiram captar os momentos onde se procedia à compra e venda da matéria estupefaciente.

Além disto, o processo conta ainda com prova testemunhal de várias pessoas que identificam vários dos arguidos, deste processo, como sendo vendedores de droga na Ribeira Grande.

O processo conta ainda com cerca de quarenta testemunhas, sendo que algumas vão ser ouvidas através de videoconferência.

Segundo o relato de vários moradores do concelho existem informações que "há vários anos se procede à venda de estupefacientes nas traseiras da Câmara Municipal da Ribeira Grande", uma situação que provocava um grande alarme na população do concelho, que evitava passar por aquela zona, sobretudo durante a noite.

Por isso, a esquadra da PSP da Ribeira Grande efectuou diversas rusgas e vigilância naquele local, durante os últimos anos, com o objectivo de identificar e deter as pessoas que traficam droga naquela zona.

No ano passado, por exemplo, a esquadra da PSP da Ribeira Grande deteve mais de 30 pessoas acusadas de tráfico de estupefacientes, e a maioria estava nas traseiras da edilidade.