Autor: Lusa/AO Online
“O que ocorreu na passada terça-feira não foi um bom exemplo, com as comemorações da vitória de uma prova desportiva. Tememos que os comportamentos desrespeitadores das normas sanitárias e jurídicas possam ter afetado o caminho e o esforço que temos feito”, afirmou Clélio Meneses, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Questionado sobre a possibilidade de ocorrência de outros festejos associados à conquista do campeonato nacional de futebol pelo Sporting, tendo em conta que ainda faltam disputar dois jogos, o governante lembrou que existem diplomas em vigor que impõem “limites de ajuntamentos”, mas disse que a fiscalização não compete ao Governo Regional.
“As medidas de saúde pública são as que estão anunciadas. As medidas de foro policial correspondem à competência do Ministério da Administração Interna, que não é da competência da região”, apontou.
Ressalvando que o executivo açoriano tem “recorrentemente feito um apelo à fiscalização”, Clélio Meneses apelou à responsabilidade individual na contenção da pandemia de Covid-19.
“O que pedimos é que aquilo que seja da competência de cada um e da responsabilidade de cada um seja cumprido. É muito fácil atribuirmos culpas a este departamento ou àquele, o que é decisivo é o comportamento de cada um. Se todos cumprirem as regras mais facilmente isto passa”, salientou.
O secretário regional da Saúde apelou ainda ao cumprimento das regras de higiene e distanciamento social, mas também à comunicação de sintomas à linha Saúde Açores.
“São vários os relatos de surtos que têm acontecido em algumas localidades, na sequência de alguém que estava com sintomas há cinco, seis, sete dias e não os comunicou”, alertou.
Questionado sobre o aparecimento de outras estirpes do coronavírus SARS-CoV-2 nos Açores, Clélio Meneses disse que a mais comum continua a ser a do Reino Unido.
“Houve nos Açores apenas um caso da estirpe indiana de um tripulante de um navio que, estando infetado, foi deslocado do navio para o hospital e do hospital para o navio”, adiantou, acrescentando que se tratou de um “caso circunscrito”, que “não teve qualquer outro contacto”.